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domingo, 23 de junho de 2019

Portas escritas ๐Ÿ“š



Portas escritas ๐Ÿ“š


Minhas calรงas curtas
De travessuras, de caรงadas
E aventuras, Monteiro Lobato
Minha filosofia Suassuna
E meus olhos cegos, Saramago
Nas minhas borboletas mortas, Baudelaire
Na minha angustia, Florbela Espanca
Uma rosa sem perfume
E em sua dor, Augusto dos anjos
Beija sem ciรบmes
Um beijo tรฉpido no silรชncio
Mortes, chagas, visรตes, infernos de Dante
Minhas mรฃos Machadianas escrevem versos de Quintana
Em uma ensolarada tarde, e as horas passam, voam
Ninguรฉm vรช Virginia Woolf
E Drummond com cara de bom, olhando o cรฉu ao lado de Bandeira
De bobeira, soltando pipas no ar, sentados na areia
Na Villa dos lobos, um Tom toca Vinรญcius
Eรงa de Queiroz iรงa seus anzรณis com palavras de ternura
Usando toques de Neruda
Eu ando pela Baker street mas nรฃo encontro Conan Doyle
Nem Jรด Soares, e na corrida do ouro, Allan Poe corre
Apressado com os corvos enquanto Mary Shelley tranca seu monstro no armรกrio
No corredor, Crowley vรช Levi, e Bram Stoker carrega um bebรช vampiro nos braรงos
Fernando pessoa visita o salรฃo filosรณfico de Platรฃo
Enquanto meus olhos de Byron naufragam num mar revolto




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