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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Ecos na cidade de mármore 💙✒📃




O vento sopra nas paredes de mármore, levando consigo o eco de uma cidade grandiosa.
Que ecos ecoam nestas colunas?
O brado de um guerreiro, o lamento de um povo, uma oração a um Deus, um grito de liberdade, a fúria de um louco?

O tempo dourado de um império ainda ecoa nas paredes desta cidade, que construiu junto com suas colunas, um dos maiores impérios do mundo...



Os gêmeos e o rio


Corre o Tibre
com suas águas
Correntes que se vão
Carrega em teus braços
minha vida, e a vida
de meu irmão




Loba mãe


Clamo a uva
que me calas
no silêncio do
teu peito
Venero sobre mim
o vinagre que destila
em teu seio
Alimenta minha alma
e meus anseios, e os
anseios de meu irmão




Um novo regresso


Meus olhos já crescidos
avistam Alba
no horizonte
É hora de voltar?
Pergunta-me meu irmão Remo
Sim!- Respondo-lhe
É hora de retornar
hora de construir uma
nova cidade




Netuno


Levanta teus mares
sobre meus inimigos
Oh! Pai de todos
os oceanos
Dei-me a graça
de carregar
em meus ombros
teu estandarte
de ouro




Saturno


Oh! Grande senhor
do tempo
Afasta de mim as
areias
que prendem meu espírito
Me faça voar
com as asas
de tua virtude





A nova lei


Aqui prevalecerá
“a nova lei!”
Bradou o senador patrício
Tu, plebeu, poderás
chegar ao consulado
e não serás mais
escravizado
por causa
de tuas dívidas 
Pois és tu, um romano
não és? 




Novos territórios


É vencida a batalha!
Cartago agora é nosso!
É hora de conquistar novos
territórios!
Este, já é
Mare Nostrum




As lágrimas de César


Chorai
Pois de tuas lágrimas 
não sobrará
nada
além de tuas
ruínas




Júpiter


Descei teu braço
sobre a rocha
e queimai meus
inimigos com
o fogo de tua
fúria
Oh! rei dos Deuses
Senhor do dia




Psique


Dei-me o sossego
em minha alma
Oh! Deusa da certeza
Carrega-me em teus braços
Enchendo-me de luz
e clareza 




Augusto


Tu pertencestes a escola de Pontífices
Tu falastes no templo de Castor
Tu derrotastes Antonio em Módena
Pacificastes a Ilírica e derrotastes
a rainha do Egito, vencendo a batalha
de Áccio
César morreu em teus braços
Por isso te vingastes?
O emblema de tua aguia
impera perante as
cruzes que plantastes
no caminho
Por isso te chamam de Augusto?
“O consagrado”
Por isso Virgílio fala tão bem de ti?
Transformastes uma cidade
de tijolos em uma
cidade de mármore
Não é o que dizes?
Por isso te chamam de
“Divius Augustus”
Achas que mereces ser chamado assim?
Ou o que fez foi o
bastante para merecer?




Cleópatra


Olhos de turquesa
se banham ás margens
do Nilo
antes que os
lábios beijem
o cálice da
morte




O manto vermelho


Enxuga-te com
o sangue do sangue
de vosso irmão
Devolva-te o tapa
da face, da face de tua mão
Erga aos céus
o manto do peregrino
Consagrando
o leão
de Judá
Pois será
dele
o reino dos
reinos




Vênus


Brilha tua luz
de infinita beleza
Oh! Deusa do amor
Acaricia meu
coração
com tua
leveza
Ensina-me a
amar




Marte


Dei-me a espada
e o escudo
Levante meus brasões
sobre meus inimigos
Dei-me a vitória
Oh! Grande Deus
da guerra
Senhor de todas as batalhas





Tibério


Tu renegastes o amor
de Vipsânia
e entregastes a Júlia
apenas restos
De que adiantou
tua ambição?
Se Augusto preferiu
Germânico
Tu que fostes um general
supremo
Por isso te escondestes
em Rhodes?
Sim, regressastes
imperador
mas Reno não pertencia a ti
Por isso mataste Germânico?
E precisava assassinar-lhe
a mulher e os filhos?
Tu Tibério
fostes um covarde
Entregastes Roma
nas mãos te Sejanus
Deixastes o pretoriano
manchar a cidade com sangue
E o que Suetônio fala de ti
é verdade?
Eram apenas crianças
Como podes fazer isso
Não te envergonhas?
Por isso Livia não o amava
Os olhos de uma mãe nunca
se enganam com a imagem do filho
Por isso Roma brada
“Tibrius ad Tiberim!”




O prefeito de Capri


Sangra!!
A cidade de mármore
sangra pelas mãos
do pretoriano
Maldito sejas tu!!
Sejanus!




O avarento


De que adianta
ter moedas
se não se
pode
jogar?





Minerva


Oh! Deusa da sabedoria
Dai-me o conhecimento
supremo
Para que eu possa
seguir o instinto
incansável do
ser




Plutão


Oh! grande senhor
da morte
Receba-me nas
entranhas de
teu mundo
Até meus olhos
serem merecedores
da luz





Calígula


Mataste Gemelo
e fostes imperador
mesmo vestido de legionário
Por isso te chamam de Calígula?
Nem o esforço de tua bondade
conseguiu impedir que enlouquecesse
Talvez fosse o pesar de
tua consciência
Quem fostes tu Calígula?
Além de um devasso e de um incestuoso
Tu, que vistes a sombra
da morte diante dos olhos
Por isso enlouqueceu-te?  
Por isso nomeou Incitatus
como senador?
Teu próprio cavalo
Tu fostes um louco Calígula
De que adiantou mandar esculpir tua cabeça
nas estátuas dos Deuses?
Se tu nunca fostes um
Que ironia morrer pelas mãos
de Cassius Chaerea
“O bobo”
Milona e Júlia
não mereciam este
mesmo destino





O novo senador de Roma


Vejam o novo senador
de Roma!
Incitatus!!
Será que ele comandará
o senado assim
como corre no Coliseu?
Vejam!!!
Já está a deixar rastros!
Está sujando as ruas
com seu estrume!!





Incesto


Beijo meus lábios
com minha boca
e me deleito sobre
meus braços
Vejo em meus
olhos
minha própria
imagem
esvaindo-se
nesse espelho
de carne





Mercúrio


Levai minha mensagem
aos Deuses
Oh! Senhor mensageiro
Fazei com que
minha casa
prospere





Juno


Dei-me a força
divina
Oh! Rainha de
todos os Deuses
Caia sobre mim
com sua luz
Guiando-me no caminho
da verdade






Nero


Queimastes Roma
e perseguistes os cristãos
De que adiantou os ensinamentos de Sêneca
e o apoio de Burrus? Se preferistes
os ensinamentos de Ofônio Tigelino
Tu Nero, que crucificastes Pedro e
decapitastes Paulo, tu que assassinastes
tuas duas esposas
Octávia e Popeia, tu que mandastes matar
a própria mãe, Agripina
E ainda te consideravas um artista
Eis o circo de Nero!
Que comecem os jogos!!
Juvenália e Nerenis!
Deixem cair as máscaras
de Histrião e de Otho
Vai poeta, declama teu poema de sangue
Manda matar Sêneca e Lucano
Constrói tua casa dourada e casa-te
com o eunuco Esporus
Mostra tua arte antes que Galba te cales
Antes que o senado declare
“Nefas! Persona Non Grata!”
Queime Roma, Nero
e depois mata-te
Mata-te tirano!
Mas não espere ninguém
no teu circo
Pois somente Cláudia
chorará por ti





O governador de Hispania


O exercito de Galba
marcha contra Roma!!
“Ave” Sérvio Sulpício
Galba!!
Que Nero sinta
o peso
da mão de Hispania!!!





O eunuco


És tu o eunuco
de Nero?
Sim! És tu!
Te chamas Sporus!!
Porque não respondes?
Além de castrado
também és
mudo?





Febo


Oh! Senhor das artes
Inspira-me com
tua poesia
e cante tua
música em
minha
alma
para que
a luz do sol
reflita
em
minha
beleza
tua
infinita
luz






Ceres


Ceres, mãe
da terra
Fortalecei
minhas sementes
para que minha
colheita
seja farta






Marco Aurélio


Tu fostes adoptado por Antonio
e recebestes o nome de
“dourado”
Assim como teu reinado
de ouro
Enfrentastes os partas
e os germanos
Tua nobre filosofia
levou-te a escrever
“Meditações”
Lucio Vero foi
leal a ti
e Faustina amou-te
verdadeiramente
Triunfastes em teu reino
Marco Aurélio
Morrestes nas portas
de Vindobona
e levastes contigo a
 “Pax romana” 
Pena Cómodo não
ter seguido
teus ensinamentos






Que venham os bárbaros!


Gália pertence a Roma!!
Que esta batalha
nos traga a vitória!!
Que o sangue dos
germanos
adentre nas entranhas
da terra!!
Que venham os bárbaros!!






O defensor do oriente


Aquele não é o co-imperador?
Sim! É Lucio Vero!
Para onde vai com
todo esse
exército?
Está indo defender
nossas fronteiras!
Ele agora é o novo
comandante
das legiões
do oriente!






Diana


Dei-me a luz
da vitória
Oh! Rainha
iluminada
Faça de meus
inimigos
minha
caça






Cupido


Flechaste-me com
a flecha do amor
Oh! Cupido apaixonado
Meu coração
agora
sente a dor
por ser
recompensado






Cómodo


Contradissestes teu pai ao negociar
a paz na região danubiana
Nem parece que
lutastes com ele contra os
marcomanos
Tu Cómodo
construístes um império só para vós  
Te glorificastes como filho de
um Deus
“Hércules Romanus”
Tu? Filho de Júpiter?
Como podes te comparar à Hércules?
O que fizeste de bom além de exibir-se
nos anfiteatros?
Ave Cómodo, o
“Nobilissmus prinseps”
Graças a ele tivemos os
combates mais sangrentos
do Coliseu
Não governastes Roma
Deixastes que a governassem por ti
Porque te escondias em Lanuvium?
Era muito comodo deixar
Cleandro governar por ti
Talvez Lucila governasse melhor
que tu
Não fostes um bom imperador Cómodo
Não fostes um Deus
Se fosse, não teria morrido
pelas mãos de Narciso
Pelo menos
morrestes nas mãos
de um campeão





Aberto os jogos


Que comecem os jogos!!
Hoje, grande luta de gladiadores!!
Um combate que será
travado até a morte!
Uma corrida de bigas
onde somente
o vencedor
sairá vivo!
E no final do espetáculo!
Uma família inteira
devorada por leões
O Coliseu está aberto!
Que comecem os jogos!!
E não esqueçam de
pegar o pão







No coração do Coliseu


Por Júpiter! Queimaram
aquele menino vivo!!
vós viram?
É teu primeiro dia no
Coliseu?
Nunca estive em uma arena antes
Tu não és gladiador?
Não!! Sou apenas um escravo! Se me matares
por favor...
não me faças sofrer tanto
Quando sairmos
venha em minha direção
cortar-te-ei a cabeça
não sentirás dor alguma
vai demorar?
Depois que os leões
acabarem de jantar
ainda terá uma
corrida de bigas
acalma-te
e ore
para teu Deus






Baco


Oh! Grande senhor
dos ébrios
Embriague minha
alma
com o teu mais
nobre vinho
Quero festejar minha vitória
sobre meus inimigos





Vulcano


Forjai minha espada
com o aço mais
nobre
de tua essência
Oh! Grande senhor do fogo
Fazei de meu escudo
uma fortaleza
E que meus inimigos
sintam a força
do meu braço






O vento soprou, e a cidade de mármore não sobreviveu á fúria do tempo.
Ficaram somente suas ruínas, mas seus ecos ainda ecoam
nas paredes de Roma.








💙


















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