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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

O mundo dos Anjos 🔯





O mundo dos anjos 🔯


Os nove portais surgem no céu do mundo dos quatro regentes, o quinto portal então se abre. 
Baltar sente sua essência vibrar fortemente.
Ao entrarem no mundo celestial, o jovem fenício fica impressionado com o céu deste lugar. 
É um azul celeste, com um imenso sol lilás, irradiando raios prateados e azuis. 
No chão, há uma nevoa espessa e branca.
Eles caminham como se estivessem caminhado por sobre as nuvens.
Há vários templos em formas ovais, são grandes e dourados com as cúpulas de cristal, e em cima de cada uma, há um símbolo representando sua ordem angelical.
Em volta, há vários edifícios todos conectados á uma imensa ponte de luz.
Os edifícios parecem obeliscos prateados, e estão todos iluminados pelos raios do sol.
Mais adiante, eles avistam uma imensa montanha, e em cima desta montanha há um templo arredondado e gigantesco de ouro.

-Este lugar é muito lindo, mestre Milesiano.
Este sol e estes templos dourados são divinos, e aquela montanha é tão imensa.
O que existe além daquela montanha, mestre?

-Aquela montanha divide os dois mundos existentes aqui.

-Dois mundos?

-Um é governado pelo bem e o outro é governado pelo mal.
Antes o bem prevalecia neste mundo de maneira única e mágica, mas o mal, é capaz de chegar nos lugares mais puros do universo.
Esta foi a primeira dimensão criada pelo grande criador, antes mesmo dele criar nossa esfera azul. 
Foi neste mundo que ele criou os primeiros seres do universo.

-Os primeiros seres do universo? 
Quem foram eles?

-Foram os anjos, Baltar, este é o mundo dos anjos.
É aqui que são geradas as essências e encaminhadas para sua evolução.
Muitas essências ainda não completaram sua evolução, e depois de serem curadas e preparadas no mundo da luz, elas vem para cá, para poderem retornar ao mundo azul, e completar seu ciclo evolutivo, onde as três doutrinas renascem a cada vida. 
Veja, Baltar. 
Tu estas vendo aquele templo verde, com aquela imensa cascata de fogo azul?

-Sim mestre, estou vendo, é a chama de Orion.

-Pois este é o templo do nascimento.
Foi nele que o grande criador usou a sua mais profunda magia e gerou o fogo azul, dando vida a todas as essências do universo.
Dentro dele há um saguão mágico, onde o fogo azul ilumina toda a expansão.
É lá que as essências nascem, e também ficam as essências que estão se preparando para voltarem ao mundo azul.

-Podemos ir até lá e olharmos de perto, mestre?

-Claro que podemos, venha, vamos ver esta suprema magia.

Os dois caminham em direção ao templo do nascimento.
Ao entrarem, Baltar vê o quanto é mágica, a chama da vida.
Ao se aproximarem do saguão onde estão as essências, eis que então surgi um ser, um anjo iluminado. 
Ele vesti uma túnica azul e cintilante com símbolos dourados e prateados. 
Seu cabelo é comprido e azulado, ele usa uma coroa de ouro na cabeça.
Sua pele também é levemente azulada.
Seu rosto é belo e suave.
Ele cruza por Baltar e Milesiano, os reverenciando com a cabeça e fazendo-lhes o sinal das três doutrinas.

-Quem é ele, mestre? 
É  tão belo, e tão puro.

Este é Sariel, o arcanjo inspirador.
Ele foi o quinto arcanjo criado pelo grande criador.
Ele leva sua magia e inspira os seres nas artes, na música e no amor.

-Ele é homem ou mulher, mestre Milesiano?

-Os arcanjos não têm sexo, Baltar.
Eles carregam as duas energias unificadas.
São seres superiores a nós, seres divinos.
Já nasceram evoluídos.
Veja, a porta do saguão está aberta.
Olhe Baltar, veja como esta magia é poderosa.

Baltar não acredita no que está diante dos seus olhos.
É como se eles estivessem em um espaço infinito.
O céu é coberto pelo fogo sagrado, e ligados á chama azul.
Há milhares e milhares de essências, como se estivessem brotando na árvore da vida.

-Aquelas estrelas iluminadas que estão nascendo no fogo azul, parecem estrelas do mar, mestre.
Aquelas são as essências?

-Tens razão, Baltar, parecem estrelas iluminadas.
Depois que elas estiverem preparadas, com suas energias definidas, elas migraram para o mundo azul.
Passarão pelos quatro reinos e seguirão sua evolução.
Tu estas ouvindo esta musica Baltar?
Quando cada essência nasce, seu nome é recitado pelo grande criador, como um mantra mágico, regido no universo.
Vamos ver a outra sala.
Veja Baltar, muitos estão se preparando para voltarem.

-Esta visão, mestre, é a mesma visão que tivemos quando entramos na primeira dimensão.
O sol e as esferas no infinito azul.
Quem são aqueles que estão com as essências?

-Elas já estão conectadas com seu corpo físico predestinado nesta sua próxima vida. Quando o corpo completa três meses no ventre da mãe, ele está pronto para ligar-se a uma essência. 
Aqueles que estão com as essências, são seus mentores.
Cada um de nós, quando voltamos para o mundo azul, somos acompanhados por dois mentores celestiais.
Dois anjos, o mentor guardião e o mentor místico.
O mentor guardião nos protege de todo o mal, acompanhando toda a trajetória de nossa vida física.  
Ele nos protege em quase todas as dimensões, quando fazemos nossas viagens astrais.  
O mentor místico, é o que nos orienta, aquele que nos aconselha pelo o caminho do bem.
Nos momentos mais difíceis de nossa vida, ele sempre aparece para nos confortar e nos guiar no caminho da luz.
Muitas vezes, estes anjos estão perto de nós.
Podem ser alguém da nossa família ou um amigo, e também pode ser alguém distante, que nunca tenhamos visto.
Assim como os pais protegem os filhos, nossos mentores nos protegem.
Mas assim como o bem nos rege, também somos rodeados pelo mal.
Quando completamos seis anos no mundo azul, um outro mentor apresenta-se a nós. 
O mentor sombrio.
Um anjo caído que serve o senhor do mal.
Ele está presente em todos os sentimentos maus que sentimos em nosso íntimo.
O ódio, a inveja, o rancor, o desprezo, o ciúme, a ira, o medo e a falta de alto estima.
Todos estes sentimentos alimentam nosso mentor sombrio.
Que nos domina por completo, quando transformamos estes sentimentos em atos, matando-nos uns aos outros, nos agredindo cruelmente, sem lógica e sem motivo.
Simplesmente por prazer, alimentando assim a violência e o mal invisível.
Quando nos omitimos a dizer a verdade, e nos corrompemos pelos sortilégios de uma vida vazia. 
Onde muitos viram as costas e cegam seus olhos para os problemas alheios, não tendo a humildade e generosidade de esticar a mão para ajudar o próximo.

-Então aquele guerreiro com tridente que me perseguiu no mundo astral, era meu mentor sombrio?

-Ele queria matar-te, pois tu escolheste o caminho dos justos e dos nobres ao seguir o bem.

-Quando o mentor guardião apareceu para mim na constelação de Orion, eu pude sentir sua força.
Me senti protegido e confiante.
Será que eu o encontrarei novamente?

-Ele sempre estará perto de ti, te protegendo e impedindo que o mentor sombrio se aproxime.

-E o meu mentor místico? 
Eu também o encontrarei?

-Poderá encontrá-lo aqui nesta dimensão
Acredito que ele também queira encontrar-te.

-Só podemos encontrar nossos mentores nas dimensões superiores, mestre Milesiano?



Espelho mágico 🔯


-Ás vezes eles se manifestam a nós em uma forma humana.
Eles podem assumir a forma de um homem, de uma mulher e também de uma criança. Existe uma magia muito poderosa, onde é possível manifestar nossos mentores no mundo azul, os evocando, abrindo um portal.
Quando abrimos este portal, eles aparecem diante de nós em sua verdadeira forma, e podemos desvendar muitos segredos ocultos.

-Que magia é esta, mestre? 
Me ensinarias?

-Só vou revelar-te porque sei que não te lembrarás quando voltares ao mundo azul. Pois assim como nossos dois mentores da ordem celestial podem aparecer diante de nós, o mentor sombrio também poderá surgir.
É uma magia poderosa e antes de realiza-la é preciso muito preparo.

-E como a realiza? 
Como se abre este portal mágico?

-Com os dois nomes sagrados do criador.

-Os dois nomes do criador?

-Seus dois nomes na língua dos anjos.
Estes nomes são as chaves que abrem o portal.
Os dois nomes do criador são escritos formando um quadrado mágico, onde os nomes podem ser lidos de traz para frente e de cima para baixo.

-E quais são os nomes do criador na língua dos anjos?

-Os anjos chamam o criador de IEVE e EIEV.
Cada nome formando o quadrado mágico é repetido quatro vezes, e a soma dos dois, é igual ao infinito.

Milesiano pega seu coelbren e desenha no ar o quadrado mágico com os dois nomes angelicais.

IEVE

EIEV

VEIE

EVEI

-Antes de desenhar este quadrado com os dois nomes sagrados, é preciso se preparar durante sete fases da lua nova, limpando sua mente dos pensamentos maus e impuros. Quando estiver preparado, desenhe o quadrado mágico em uma das mãos. 
Escolha sabiamente Baltar, pois dependendo da mão que escolheres, teus desejos poderão se tornar pesadelos.
Após gravar a magia na mão a coloque-a diante de um espelho.
Um terceiro nome irá aparecer refletido no espelho.
Ao descobrir este nome, guarde-o em sua mente e lave a mão, apagando o quadrado mágico, recitando o nome desvendado.
Se for merecedor, a magia terá dado certo e nos próximos sete dias, muitas coisas misteriosas irão acontecer.
Muitos segredos serão revelados a ti através de sonhos e até mesmo de manifestações físicas. 
E só então no sétimo dia, um dos mentores irá aparecer.
É uma magia muito poderosa Baltar.
É preciso estar preparado e tens que ter certeza do que desejas-te, pois assim como o bem nos protege, o mal também nos rodeia.
Se leres o nome errado, o mentor sombrio aparecerá, então tu terás um encontro com as trevas.

-Talvez um dia eu esteja preparado para realizar esta magia, mestre, mas por enquanto, prefiro encontra-los somente aqui neste mundo.
Como os anjos surgiram? 
Como o criador os criou?
Posso eu ser um anjo, mestre Milesiano?

-Cada um de nós está em um estagio da evolução, Baltar.
É aqui que adquirimos o equilíbrio universal nos aproximando ainda mais do criador,  pois só protegendo nossos semelhantes e os guiando no caminho do bem, é que entenderemos o grande significado de ser humano.
É aqui que nos tornarmos anjos.
Venha, vamos nos sentar naquela pedra ali adiante.
Vou te contar como os primeiros anjos nasceram no universo.

O príncipe e o mago sentam-se em uma pedra de ametista.
Os raios prateados e azuis iluminam os templos.
Uma suave brisa lhes presenteia a face.
Milesiano então começa sua mística estória. 



Os seis Arcanjos 🔯


-Quando o grande criador transformou sua energia em um corpo celestial, ele completou sua evolução, e após ter gerado o sol, criou esta dimensão para apreciar sua magia. 
Ele acompanhou o surgimento das esferas ao serem supridas pela energia solar, e gerou a chama azul para a criação das essências, a vida de sua grande obra universal.  
Antes de criar as essências e dividi-las em duas metades, ele usou uma profunda magia, extraindo de seu corpo celestial, as energias primordiais para criação dos anjos. Pois eles seriam os nobres guardiões do universo.
O grande criador escolheu a esfera regida pela água para ser uma das casas físicas das essências, que estavam nascendo lentamente no fogo sagrado.
Enquanto as esferas estavam completando sua formação, os anjos iam surgindo no mundo celestial, com a imagem e semelhança de seu criador.
O primeiro a nascer na quinta dimensão foi Miguel, e sendo o primogênito, a ele ficou a liderança da ordem celestial e também da ordem universal.
O segundo a nascer no mundo dos anjos foi Gabriel, e a ele foi dada a missão de levar a mensagem divina entre os seres e o criador.
O terceiro a nascer foi o protetor Rafael, e a ele foi dada a missão de proteger as esferas e todos os seres do universo.
O quarto anjo foi Uriel, e a ele foi dada a missão de registrar e acompanhar toda a evolução das esferas e dos seres.
O quinto anjo a nascer no mundo celestial foi Sariel, e a ele foi dada a missão de inspirar a mente e o coração dos seres.
Tudo estava perfeito.
As essências estavam prontas para habitar as esferas e passar por todos os ciclos da evolução. 
O grande criador então resolveu criar um sexto arcanjo, lhe dando o nome de Heylel.
Dizem que Helyel nasceu no exato momento em que a esfera de Vênus completou sua formação no cosmos, e que quando ele surgiu, esta estrela brilhou em todo o universo.
O grande criador então lhe deu a missão de levar a luz para todos os seres, e ser o grande portador da sabedoria.
Os seis arcanjos viviam em harmonia e desfrutavam de toda a beleza e magia do universo, pois o grande criador além de criá-los a sua imagem e semelhança, lhes deu todos os poderes supremos. 
Os arcanjos já nasceram com sua evolução completa, e assim como o criador, eram os seres mais evoluídos de todo o universo.

-Os mais evoluídos?

-Nosso universo é infinito Baltar.
O criador passou por vários estágios de evolução para se tornar o grande arquiteto universal. 
E se expandiu de tal maneira, que deu continuidade ao universo, que já existia de maneira esplendorosa. 
Os seis arcanjos foram os primeiros a desvendar todo este universo maravilhoso e mágico. 
Dos seis arcanjos, Heylel era o mais apaixonado pelo criador, e expandia-se cada vez mais, desvendando os mistérios do universo, para poder realizar com êxito sua missão.  
Ele queria levar a luz para todos, não importava a distância que estivessem. Muitas essências completaram sua evolução rapidamente em esferas distantes da nossa. Assim como em todas as esferas, existiam apenas quatro dimensões.
O mundo físico, onde cada esfera tinha suas leis e suas limitações.
O mundo celestial: onde as essências se tornavam anjos para realizar a grande missão universal.
Proteger e doutrinar todos os seres do universo.
O mundo da magia: um paraíso para recompensar os seres depois de realizada sua mística missão.  
E por fim o mundo infinitus: a oitava dimensão, onde as essências continuavam sua evolução, além dos três portais.

-Então só existiam quatro dimensões? 
E os seres mais evoluídos se tornavam anjos?

-Eram mentores guardiões e mentores místicos que acompanhavam as essências em sua evolução. 
Estes anjos formavam a grande ordem universal, dividida em seis ordens, representado os seis arcanjos.
Além de serem mentores de uma essência escolhida, eles também faziam parte de uma das milícias angelicais. 
As duas energias ainda são divididas nesta etapa.  
Existem mentores do sexo masculino e mentoras do sexo feminino.
Os mentores masculinos tem um sol desenhado na testa, e as mentoras femininas tem uma meia lua desenhada.
Eles se reúnem no templo de ouro, e transcendem suas energias na montanha sagrada.

-E o terceiro mentor, mestre Milesaino? Como ele surgiu?



Gerados na água 🔯


-No principio, Baltar, somente o bem reinava no universo.
O mal não era nem se quer uma sombra do que é hoje.
De todas as esferas, a esfera azul, era a mais admirada pelos anjos.
Sua evolução acontecia lentamente.
O grande criador já havia previsto que o elemento que dera origem a esfera azul, também daria vida a todas as espécies.
E foi assim que a vida se fez em nossa esfera, onde todos os seres foram gerados na água. Quando as essências estavam no terceiro reino, elas deveriam esperar sua evolução naturalmente desenvolver-se nas águas, mas o instinto de muitos animais marinhos os fez subir a superfície antes do tempo previsto, e muitos animais foram gerados na terra. Houve um grande desequilíbrio na evolução destas espécies, que por milhares de anos governaram a terra.
Quando estes gigantescos animais já não tinham mais espaço para dividirem entre si, a esfera teve que fazer com que a vida mais uma vez renascesse no mundo azul.
Com o desequilíbrio causado por esta retarda evolução, nossa esfera foi atingida por uma grande rocha.
Um pedaço de uma outra esfera que se destruiu por não ter completado sua evolução, deixando uma imensa cratera no mundo azul.
Tu já deves ter ouvido falar de um lugar conhecido como dois elos.

- Dois elos?

-Dois elos é uma cicatriz deixada pela gigantesca rocha que se chocou com nossa esfera. 
Dizem que seis luas antes da desgraça suceder-se, Heylel, o sexto arcanjo, caminhou sobre aquela terra. 
Eu estive lá quando ainda era um guerreiro celta, acompanhando os druidas. 
Um dos mestres acreditava que aquele lugar deveria ser purificado.  
O povo que existia lá era muito sábio e bondoso.
Nós fomos muito bem recebidos na aldeia.
Os Yucans eram uma das tribos que viviam naquela região.
Eram guerreiros poderosos e mágicos.
Eles criavam vários calendários, e contavam o tempo com uma precisão sem igual. 
Eles também acreditavam que a cicatriz deixada na terra, deveria ser tratada.
Dizem que depois do impacto da rocha, nada mais germinou naquela terra.
Nenhuma semente crescia.
Depois de realizarmos o ritual da purificação, o mestre druida plantou um lírio branco bem no meio dos dois elos.
Depois de três luas, dois elos estava coberta de lírios brancos.

-O que aconteceu com o mundo azul ao ser atingido por esta rocha, mestre?

-Com o impacto, nossa esfera quase se destruiu, passou por várias transformações e a maioria dos gigantescos animais foram exstintos, por não se adaptarem as novas condições de vida na terra, que mudou seus climas e dividiu-se em cinco contínuos.

-E o que aconteceu, mestre druida? 
Como a vida renasceu no mundo azul?

-Milhares de anos se passaram e novas espécies surgiram nas águas e na terra.
Os animais que conhecemos hoje tiveram seu momento de reinado, e assim como havia acontecido antes, uma espécie que deveria desenvolver-se nas águas, subiu a superfície antes do tempo. 
Algumas destas espécies ainda permaneceram nas águas, esperando sua natural evolução, porém a maioria que saiu dos mares, estava prestes a conquistar a terra.
Depois de várias transformações esta espécie deu origem ao homem.

-E os seres que ficaram nas águas, completaram sua evolução?

-Não só completaram sua evolução, como deixaram seu legado a nós homens gerados na terra. 
Sua inteligência, seu conhecimento, e suas doutrinas.
 O conhecimento, a magia e a grande sabedoria,
Posso dizer Baltar, que enquanto os homens davam um passo na terra, estes seres já voavam no céu.

-Quem foram eles, mestre?

-Existiram muitas raças neste principio.
Muitas civilizações saíram das águas após completar sua evolução.
Os últimos a saírem dos mares foram os atlantes, e foram os seres mais evoluídos da nossa esfera.
Que guiados por Orion, realizaram sabiamente sua mística missão neste mundo.
Apesar de muitas raças terem evoluído nas águas, respeitando seu processo evolutivo, a maioria dos seres se desenvolveram na terra.
Este ser tinha a aparência de homem, mas os instintos de um animal.
Os anjos acompanharam toda esta evolução.
Sabiam que os seres que haviam se formado na terra, não eram completamente evoluídos, e conseqüentemente isto aconteceu também em outras esferas espalhadas no universo. 
O grande criador, com a ajuda dos anjos, teve que criar mais dimensões, para que as essências pudessem compreender seu verdadeiro significado neste universo.
Ele então criou mais três dimensões:
O mundo da luz, o mundo astral, e o mundo dos quatro regentes.
Como acontecera antes, o homem que havia sido gerado na esfera azul, estava muito atrasado perante os seres que haviam sido gerados nas outras esferas.
A evolução dos homens na terra era muito lenta.
O portador da luz, Heylel, não conseguia expandir sua luz na terra, pois os homens não adquiriam sabedoria.
Eles matavam-se uns aos outros como animais.
Não eram inteligentes.
Estavam rastejando naquele processo de evolução que escolheram.
Heylel então expandiu sua inteligência e sua capacidade, e fez o que nenhum outro arcanjo seria capaz de fazer.
Ele criou uma outra dimensão, dando mais limites aos homens na terra.
Uma dimensão que caminhasse lentamente com eles, para que pudessem despertar sua inteligência e sabedoria.

-O que Heylel fez, mestre? 
Que dimensão ele criou?

-Heylel criou a sexta dimensão.
A dimensão do tempo.

-Mas o tempo não existia antes?

-O tempo passou a existir quando o grande criador expandiu-se no universo, mas este tempo age diferentemente nas dimensões e nas esferas.
O que Heylel criou, foi algo magnífico e ao mesmo tempo perturbador.
Pois ele aprisionou os homens neste tempo cruel, regido pelo sexto grau.
Neste mundo, os homens teriam suas lembranças armazenadas nas linhas do tempo. 
O passado, o presente, e o inserto futuro.

-E o criador permitiu que Heylel realiza-se esta magia?

-O grande criador, senti o mesmo amor por todos os seres.
Não os diferencia por suas diferenças.
Dos seis arcanjos, Heylel era o mais admirado por seu empenho ao realizar sua missão. 
O grande criador então lhe deu permissão para criar o sexto portal.
Os outros arcanjos foram contra a criação desta dimensão.
Miguel tentou convencer o criador a não dar a permissão universal a Heylel, pois esta dimensão iria limitar mais ainda os homens na terra.
Mas não adiantou.
Heylel além de criar a sexta dimensão. Provou para todos os anjos, que ele podia ser mais que um arcanjo. 
Os anjos começaram a admirar Heylel, e cada vez mais sua milícia angelical aumentava.
A maioria dos anjos queriam pertencer a sua ordem.
O sexto filho do criador não aceitava mais as ordens de Miguel.
Ele repudiava os homens na terra, por sua ignorância e lentidão.
Nunca compreendeu o amor incondicional do criador por sua criação.
Um grande desequilíbrio assombrava o mundo celestial, e os desejos secretos de Heylel estavam mais aflorados do que nunca.
Ele queria ser não apenas como o criador, ele queria ser o criador.
Ele então reuniu seu exército de anjos, e ao invés de levar a luz da sabedoria aos homens na terra e a outros seres menos evoluídos que viviam em outras esferas no universo, ele em um ato covarde, usou todo seu poder para contaminar a mente e a alma dos homens, os alimentando com discórdias, invejas, insegurança, medo, preconceito, jogando uns contra os outros, e aprisionando-os em seu tempo maldito.
Naquele momento o mal surgiu em todo o universo.
A milícia de Heylel fez exatamente como seu mestre mandara.
Ao invés de levar a luz, apresentou a escuridão aos seres.
Rafael, o arcanjo protetor, soube da desgraça que havia se sucedido, e alertou Gabriel, que por sua vez, avisou o criador, que Heylel havia quebrado o código angelical e desrespeitado as leis universais.
Dizem que o grande criador chorou neste dia.
Como pode seu filho querido ter se virado contra ele?
O criador então pediu para que Gabriel interviesse, e trouxesse Heylel diante dele. Gabriel pediu auxilio ao líder Miguel, para que o ajudasse.
Reuniram então seus exércitos, e enfrentaram Heylel que venceu a batalha, por ter o maior número de anjos em sua milícia.
Ele então dividiu o mundo celestial em dois mundos.
De um lado da montanha sagrada ficaria o mundo dos anjos, e do outro lado, o mundo dos soberanos.
Mais uma vez o arcanjo mensageiro Gabriel, procurou o criador.
Os cinco arcanjos se uniram para enfrentar o sexto irmão, mas Heylel se tornara cada vez mais forte, e cada vez mais contaminava as almas dos homens.
As essências que eram sucumbidas no mundo físico das esferas, por terem se desvirtuadas de sua evolução, eram aceitas por Heylel.
Se tornavam então anjos inferiores.
O mundo do sexto arcanjo começou a ser chamado pelos outros anjos, de mundo inferior, e todos que migravam para lá, para se unirem a ele, eram chamados de anjos caídos.
O universo não tinha mais paz.
O mal invisível se tornara cada vez mais real.



A prisão de Heylel 🔯


-O grande criador não vez nada, mestre?

Quando o criador desceu ao mundo celestial, ele viu com seus próprios olhos o que seu espírito puro já havia enxergado.
Ele viu um mundo dividido, onde o bem e o mal travavam suas batalhas.
Dizem que neste dia, o universo parou, e todos os seres congelaram no tempo.
Ele ergueu a montanha sagrada e foi ao encontro de Heylel, que quando viu seu criador, ajoelhou-se diante dele.
Disse que não entendia porque o criador amava tanto os seres que não evoluíam.
Que apesar de ter limitado o tempo dos seres no mundo azul, e em outras esferas inferiores, estes não conseguiam evoluir.
O criador disse a Heylel, que ele jamais compreenderia o significado da vida, pois ele era tão limitado quanto a dimensão que havia criado, e que iria aprisiona-lo na terra, até que ele compreende-se este significado.
O grande criador então reuniu os outros arcanjos e ordenou para que as batalhas fossem cessadas.
Disse que o mal que havia nascido teria que ser controlado, pois se houvesse um grande desequilíbrio o universo todo iria sucumbir-se.
O criador então enviou Heylel para a esfera azul, para que ele acompanha-se e respeita-se a evolução dos homens na Terra.
E só iria recuperar seus poderes e suas virtudes quando compreende-se o grande significado da existência.
Heylel chorou, pois este seria o pior castigo para ele.
Viver no mundo no qual ele desprezara.

-O que aconteceu, mestre Milesiano? 
Heylel arrependeu-se?

-O mundo celestial voltara ter equilíbrio, mas os anjos caídos ainda viviam no mundo inferior, esperando a volta de seu líder.
Na esfera azul, os homens ainda nem haviam descoberto o fogo, e Heylel sofria em sua solidão.
Ele não conseguia enxergar a beleza em sua volta, e provou de seu próprio veneno, ao ver o tempo que ele havia criado passando lentamente.
Apesar da maldade ter cegado seus olhos, ele ainda tinha uma brecha de luz dentro dele, pois ainda amava seu criador.
Ele então começou a vagar pela esfera azul acompanhando a evolução do homem na Terra, sem intervir em seu processo evolutivo.
Ele viu grandes ilhas surgirem pelos seres que haviam esperado sua evolução completar-se nas águas.
O tempo passou devagar para Heylel.
Milhares de anos haviam se passado.
Os homens já viviam em tribos e alguns já sabiam fazer o fogo.
Depois de anos de solidão, Heylel resolveu aproximar-se de uma das tribos.
Estes pareciam ser mais evoluídos que os outros, e diferentes das outras aldeias, eles eram cordiais e adquiridos de uma inteligência incomum.
Faziam desenhos em suas cavernas, dominavam o fogo, apreciavam o vento, o sol, a lua e o mar.
Heylel foi bem recebido por eles, que ficaram espantados com sua beleza e forma física. 
Ele era alto, com a pele clara.
Seus olhos azuis reluziam em seus cabelos loiros e compridos.
A única semelhança entre ambos, eram em suas roupas feitas com peles de animais. 
O anjo caído voltou a sorrir.
Sua solidão havia se transformado em esperança.
Ele podia, mas não quis adiantar o processo evolutivo daqueles seres.
Ao invés disso, ele os acompanhou em cada passo de sua evolução.
Aprendeu como o homem pode ser amável, como pode cultivar a terra a respeitando-a, como é possível acreditar em um criador, mesmo que ele seja invisível aos olhos. Todos na aldeia amavam Heylel, e este amor era recíproco.
Ele finalmente havia encontrado a paz.
As mulheres tinham seus filhos na beira dos rios e dos lagos, pois acreditavam que a água era sagrada, e que dela havia nascido a vida.
Certa vez, uma das mulheres da tribo, estava se preparando para ter seu filho.
Ela então agachou-se na beira do lago e começou a forçar seu ventre para que a criança saísse, mas alguma coisa dera errado.
Ela não conseguia fazer com que a criança nascesse.
Todos na aldeia ficaram assustados, pois isto nunca havia acontecido antes.
Para eles o nascimento também era sagrado.
Heylel ficara sabendo do que havia acontecido e foi até onde a aldeã estava.
Ao chegar, ela segurou suas mãos, e com seus olhos lacrimejados, pediu para que ele a ajudasse. 
Heylel percebeu que a mulher sentia dores horrendas.
Ela perdera muito sangue tentando expulsar a criança.
Sabia que estava morrendo, e suplicou para que seu filho fosse salvo.
Heylel pegou uma adaga feita de osso, e fez o que deveria fazer.
A pobre mulher agonizava de dor, enquanto Heylel cortava-lhe a barriga.
Antes de morrer, ela pode ver o rosto de sua filha, e dar um último sorriso.
Heylel tinha a vida em suas mãos.
Naquele momento, ele percebeu o sentido da existência.
O significado do verdadeiro amor.
A menina nascera pelas mãos de um anjo.
Ela era linda, e uma luz iluminada brilhava em seus olhos.
Naquele dia Gabriel apareceu para Heylel, trazendo uma mensagem do criador, dizendo que ele poderia voltar para o mundo celestial para continuar sua missão.
Pois agora havia compreendido a razão da existência.
Heylel disse que ainda não estava preparado para voltar para o mundo dos anjos, e que iria expandir-se pela esfera azul para encontrar mais tribos, e assim aprender mais com os homens.

-Heylel então quis ficar, mestre?

-Ele era livre para fazer sua escolha, e assim o fez.
Ele partiu para terras distantes a fim de encontrar a mesma bondade que havia encontrado naquela aldeia.
Mas ao invés disso, ele viu a crueldade.
Os homens das outras tribos eram muito violentos, não respeitavam suas mulheres e as forças da narureza. 
Vivam como animais, eram ignorantes.
Heylel sentiu-se culpado por não levar a luz a eles quando teve chance, e que aquela semente maligna que se espalhara pela Terra, fora germinada por ele.
Mais uma vez ele vagou sozinho.
Depois de alguns anos de solidão, ele resolveu voltar para a aldeia que o acolhera como um filho.
Quando chegou, Heylel ficou encantado com que encontrou.
A aldeia havia mudado, perecia que tinha evoluído muito.
Eles não viviam mais em cavernas, e já construíam suas casas.
Os habitantes reconheceram o filho que havia partido.
Os mais velhos não conseguiam entender como ele ainda continuava jovem.
Todos contaram sobre seus progressos, e que aquela menina que ele ajudara a nascer, havia se tornado uma grande líder, que sua mente era brilhante e seu coração era sábio.
A aldeia estava toda enfeitada, pois a jovem iria celebrar seu nascimento.
Heylel então quis conhecê-la.
Quando ele entrou em sua casa, ele sentiu algo que jamais havia sentido antes.
Ao olhar aqueles olhos verdes e aqueles cabelos negros, ele encontrou a face do amor.

-Ele se apaixonou por ela, mestre?



A rainha dos lírios d’água 🔯


-Se existe algo maior que a paixão, então foi o que ele sentiu quando a viu.
Heylel pela primeira vez invejou os homens por sua mortalidade.
Ela era linda, e seu nome refletia junto com sua beleza.
Seu nome era Esmeras, que também era conhecida como a rainha dos lírios d’ água. Pois ela sentava-se na beira dos lagos, e recitava poesias e cantava com sua voz lírica e suave. 
Ao ver Heylel, ela o abraçou, e agradeceu por ter a salvo das mãos da morte. 
Seus olhos verdes brilhavam enquanto ela contava suas estórias, de como ela conseguira se tornar a líder da tribo. 
Ela falava do criador, e parecia entender sobre os mistérios ocultos. 
Ela conhecia as outras dimensões, sabia que muitos seres haviam evoluído nas águas, e dizia ter conhecido muitas daquelas ilhas maravilhosa. 
Sabia que deveria evoluir constantemente, e que estava disposta a ajudar seu povo e até outras tribos, para que pudessem entender o significado da existência.
Heylel não se apaixonou apenas por sua beleza incomparável, mas também por sua inteligência. 
Pelo seu espírito iluminado e radioso.
Ele estava diante da mais perfeita criação do criador na Terra.
Para Heylel, ela foi a primeira criação divina na esfera azul.
Desde aquele encontro, ele a amou secretamente.
Viu ela se casar com Hadan.
Um jovem forte e belo.
Um exímio lavrador e pastor de ovelhas selvagens.
Viu o quanto ela amava e também era amada.
Viu ela conduzir sua tribo para uma terra fértil e próspera.
Um lugar belo.
Um paraíso iluminado, no qual deram o nome de Eridu.
Ele viu ela levar sua luz a tribos distantes e ensinar-lhes o caminho do bem e da igualdade.
Ela era uma sábia líder e em muito pouco tempo, várias tribos se juntaram a ela. 
Todos a respeitavam.
Muitos a chamavam de Deusa, mas ela não admitia isto, pois para ela só existia um único Deus, o grande criador.

-Heylel sofreu por amor, mestre.
Sofreu em silêncio.
Como ele tirou esta dor de sua alma?

-Ao invés de curar sua a dor, ele a perpetuou.
Ele a amava demais e não suportava vê-la ao lado de Hadan, que estava ansioso para ter um filho, e estranhara Esmeras ainda não ter engravidado como as outras mulheres da aldeia. 
Todos viviam felizes em Eridu.
As mulheres eram respeitadas e reverenciadas.
O bem prevalecia naquela terra abençoada.
Tinham comida em abundancia.
Os rios eram presenteados por cascatas cristalinas.
Os campos eram floridos e belos.
Perto dali havia uma floresta que diziam ser encantada.
Onde seres belos e alados apareciam.
Era uma fenda.
Um portal entre o mundo azul e o mundo da magia, que fica na sétima dimensão. 
Nesta floresta era possível ver unicórnios, cavalos alados e outros seres místicos que vivem na terra mística.
Heylel sentia-se cada vez mais oprimido por seu amor não correspondido.
Esmeras também o amava, mas apenas como um amigo precioso.
Ele era seu confidente, seu anjo protetor.
Heylel sabia do seu desejo de ser mãe, e enxugava suas lágrimas derramadas pela ânsia deste desejo.
Ele então se aproveitou desta sua fraqueza, convencendo Hadan para ir com ele visitar outras aldeias, a fim de acalmar seu desejo paterno.
Ao invés de dar esperanças ao jovem, ele escureceu sua mente e seu coração, mostrando como viviam as outras tribos, de como os homens comandavam as aldeias podendo ter quantas mulheres quisesse.
Que o homem, por ser mais forte, tinha o direito de ser o grande líder e ter vários filhos.
Heylel disse que se Hadan fosse o líder de sua aldeia, teria o poder para fazer o que quisesse. 
Poderia ter várias mulheres, e quantos filhos desejasse.
Disse que todos na aldeia o amavam e o aceitariam como líder.
Disse que o homem nasceu para governar, e não para ser governado.
Estas palavras entraram na alma de Hadan. Que voltou para a aldeia exigindo o direito de liderar seu povo.
Esmeras ficou surpresa com a decisão de seu amado, que estava predestinado a tomar a liderança.
Ela não concordara com sua decisão.
O direito foi dado a ela, pois ela havia conquistado este direito.
Todos na aldeia ficaram divididos, e a maioria concordou que Hadan se tornasse o novo líder da tribo.
Esmeras tentou lutar com toda sua força e seu brio.
Um grande desequilíbrio surgira naquela terra iluminada.
Mais uma vez Heylel plantou sua semente.
O amor ao invés de iluminar sua alma, cegou novamente seus olhos.

-E Heylel, mestre?
Ele não voltou para a aldeia com Hadan?

-Ele ficou escondido em uma caverna perto dali, esperando.
Observando, como uma serpente que depois de destilar seu veneno, está prestes a dar o bote.

-O que aconteceu com Esmeras?

-Por não querer ser submissa as ordens de Hadan, ela foi expulsa da aldeia.
Todos lhe deram as costas. 
Hadan ficara cego com o poder e impôs leis e direitos favoráveis a ele.
Escolheu uma das aldeãs para ser sua nova esposa, e decretou que todas as mulheres jovens da aldeia teriam que gerar um filho dele.
Todos ficaram ludibriados com as promessas de Hadan, que oferecia mais sortilégios ao invés de trabalho e dos ensinamentos.
Com ele não precisavam aprender tanto sobre o universo como Esmeras assim o fazia. 
Ela não só despertava seus intelectos, como também iluminava seus espíritos. 
Ao invés de buscarem o conhecimento, a magia e a sabedoria, optaram por uma vida vazia, de prazeres e preguiças.
Os homens não lavravam mais a terra.
Caçavam até mesmos os animais alados e unicórnios.
As mulheres não eram mais respeitadas, e os filhos bastardos nasciam, trazendo inúmeras doenças, pois as mesmas linhagens misturavam-se.
Hadan engravidou várias mulheres, mas só considerava seus filhos, os que ele tivera com Hevia, que diferente de Esmeras era submissa, e acreditava que os homens mereciam liderar a aldeia, pois eram superiores as mulheres por sua força e brio. E como dizia Hadan, o criador criou primeiro os homens, para só depois criar as mulheres, por tanto, eram a criação divina.
Distante dali, perto de um lago, enclausurada em uma gruta, Esmeras vivia sua solidão. 
Não entendia como o mal havia brotado no coração de Hadan.
Mesmo sofrendo e sozinha ela ainda tinha esperanças de voltar para a aldeia.
Um dia, se banhando no lago, ela recebeu uma visita inesperada.
Heylel havia saído de sua prisão temporal.
Ele esperou que o tempo passasse para concretizar seu desejo.
Ele disse a Esmeras, que havia aconselhado Hadan que tivesse paciência, que seu filho viria, quando chegasse a hora.
Disse, que após aconselhar o jovem, partiu para desbravar novas terras, e que quando voltou a aldeia, viu a injustiça que havia sido feita, e que estava ali para ajuda-la. 
Esmeras emocionou-se ao reencontrar o fiel amigo, e com seu corpo completamente desnudo e molhado, abraçou o anjo negro, que percebeu cada gota de água que deslizava em seu corpo.
Heylel a cobriu com sua pele de carneiro e segurou suas mãos, dizendo-lhe que não iria abandoná-la. 
Disse que a amava mais do que a própria vida.
Pela primeira vez Heylel olhou profundamente dentro daqueles olhos verdes, que ao perceber as intenções do amigo, afastou-se dizendo que ainda amava Hadan, e que um dia ele reconheceria seu erro, e que o esperaria até o ultimo suspiro de sua vida. 
Heylel enfureceu-se, dizendo-lhe que Hadan não a amava, que havia a expulsado por sua inteligência e sabedoria, e que ela agora estava sozinha e abandonada.
Ela disse que não estava só, pois o grande criador abrigava sua alma.
Então Heylel disse: 

Teu criador?
Quem é teu criador? 
Nunca o viste.
Nunca ele te estendeu a mão.
Olhe para mim!! 
Tu sabes quem eu sou?
Tu nasceste em meus braços.
Dividiu comigo tuas palavras, tuas poesias e teus sonhos.
Eu acompanhei todas tuas conquistas.
Quando entregas-te teu amor a Hadan, um punhal atravessou meu peito.
Silenciei o amor contido em minha alma, e agora quando todos te dão as costas, quem te estende a mão?
Não sou apenas um amigo Esmeras.
Meu amor por ti é, e será maior do que o amor de qualquer homem na Terra.

Heylel ajoelhou-se diante de Esmeras, pedindo perdão do mal que havia causado.
Ela chorou, e disse que daria seu perdão, mas seria a única coisa que ele teria dela. Disse que jamais o amaria como um homem, pois ela o enxergava apenas como um irmão. E que o único amor que sentiria até o fim de sua vida, seria apenas por seu criador. Esmeras então expulsou Heylel de sua gruta e dize-lhe que nunca mais aparecesse. 
Uma fúria descontrolada tomou a consciência e a razão de Heylel.
Seus olhos ficaram vermelhos, e o ódio tomou conta de sua alma.

-O que aconteceu, mestre Milesiano? 
O que Heylel fez?

-Ele a agarrou com toda sua força.
Ela começou a gritar.
Seus gritos ecoavam em toda gruta.
Heylel colocou a mão em sua boca, apertando-a fortemente.
Os dois caíram no chão.
Esmeras tentava soltar-se, mas não conseguia respirar.
Naquele momento, Heylel mostrou sua verdadeira face.
Ele rompeu a mais preciosa lei universal.
Interrompeu uma vida no mundo azul, com suas próprias mãos.
Heylel não era mais um arcanjo caído.
O sexto filho do criador agora descera o último degrau da existência.
Quando ele percebera o que havia feito, já era tarde demais.
Heylel chorou lágrimas de sangue, e beijou sua amada com um único beijo da morte. 
Ele a segurou em seus braços e a levou até a beira do lago.
Ajoelhou-se e suplicou aos céus que a traze-se de volta.
Uma luz surgiu no lago naquele momento.
Era o mensageiro Gabriel, que foi dizer ao irmão que o mundo celestial estava em desgraça.
Que os anjos caídos haviam formado um grande exército, e que um desequilíbrio se obterá em todo o universo.
Heylel implorou para que o irmão Gabriel pedisse ao criador a permissão para que a essência de Esmeras voltasse para seu corpo. Pois somente o criador continha a chama da vida. 
Gabriel lhe disse que o mal que ele havia feito o afastara definitivamente do grande pai, e que o fogo sagrado não iria ser usado para satisfazer seu desejo. 
Dize-lhe que agora ele iria vagar para sempre no mundo azul, pois escolhera seu destino.

-Ele a matou por amor, mestre.
Porque ele foi abandonado?

-O ato de matar não justifica o amor, nobre príncipe.
Nenhum ser existente no universo tem este direito.
Interromper uma vida é a pior desonra universal que existe, e Heylel sabia disso.
Ele não fora abandonado.
Ele se afastou da luz, mesmo tendo a chance para voltar.
Mas o que Heylel iria se tornar ainda estava por vir.
Ele preparou o corpo de Esmeras para passagem.
Fez uma barca com galhos e troncos, colocando sua amada sobre ela.
A colocou no lago e ateou fogo, pois este era seu desejo.
Dormir o sono eterno sobre as águas.

-E o que Heylel se tornou, mestre?



A verdadeira face de Heylel 🔯


-Heylel não só plantou a semente do mal no universo, como também a espalhou.
O mundo celestial estava dividido.
Miguel travava batalhas com as legiões de anjos caídos que se formavam a todo instante. 
Os homens na Terra estavam cada vez mais ignorantes.
Os clãs se enfrentavam, e a lei dos mais fortes prevalecia.
A tribo de Hadan também sofrera as conseqüências por suas maldades e ignorâncias. 
A terra ruiu na aldeia de Eridu, que fora tomada por uma tempestade violenta, que arrasou toda aquela terra.
Muitos morreram.
Os poucos que sobreviveram migraram para terras distantes. 
Hadan levou sua mulher e seus filhos para um lugar chamado Enoch.
Até mesmo as esferas mais evoluídas existentes na longitude do universo sofriam desequilíbrio. 
O mal não era mais uma sombra.
Heylel transformou o amor que antes sentia pelo seu criador em ódio,
Por onde passava ele corrompia a alma e a mente dos homens.
Muitas guerras entre as tribos aconteciam.
Os seres que evoluíram nas águas, apesar de estarem distantes em suas ilhas, tentavam desfazer este mal, mas era impossível controlar o anjo maligno e sua ira. 
Ele se tornara impiedoso e cruel.
Heylel desfigurou-se com sua maldade.
O que antes era belo e doce, tornou-se horrendo e repugnante.
Seus olhos eram negros e sem brilho.
Sua pele se tornara rubra como vinho, e sua alma, amarga como fel.
O anjo da luz se tornara uma besta errante e maligna.

- Heylel tornou-se um demônio, mestre?

-Ele foi o primeiro demônio a surgir no universo.
A primeira semente do mal a germinar.
Heylel é o senhor das trevas.
O pai de todos os demônios.
O sexto arcanjo é o grande mestre da maldade.

-Então Heylel é o senhor do mal? 
O mestre de Aldegeron e de todos os demônios?
Mas ele não foi aprisionado em Hiperbória?

-Heylel desafiou o próprio criador em uma batalha na Terra.
Se vencesse, governaria todo o universo.
O grande criador então criou a nona dimensão para aprisionar o demônio, que perdeu todas as batalhas.
Estas batalhas foram travadas no deserto da ira, que antes era conhecido como Esplendor. 
Dizem que foi naquele deserto que o criador caminhou pela primeira vez quando veio ao mundo azul. 
ELe estava vestindo sua túnica branca e tirou suas sandálias para sentir a areia em seus pés, e a brisa em seu rosto.
Ele então colocou sua mão direita em seu coração e fez surgir um lindo lírio branco, plantando-o naquela terra de luz e paz.
Miguel e as legiões angelicais, foram guiados pelas mãos do grande senhor, que derrotou o mal sobre a terra.
Após ser derrotado, Heylel foi aprisionado em Hiperbória, onde ficaria por toda a eternidade, e só iria libertar-se, se sua semente germinasse em todo o universo. Naquele momento, o universo voltou a ter paz.
Os seres das outras esferas evoluíam de maneira integra, respeitando as grandes leis universais. 
Os homens na Terra viviam em harmonia novamente, e estavam cada vez mais transformando os instintos em conhecimentos.
Os menos evoluídos já sabiam fazer o fogo.
Os homens que evoluíram nas águas construíram suas grandes cidades.
A idade de ouro da era da magia e da antiga sabedoria, surgira naquele momento. 
Foram tempos de glória e paz.
Mas o mal sorrateiro, sempre está a espreita, esperando, e observando.
A semente de Heylel foi germinando lentamente pelo vasto universo.
As essências que não evoluíam iam para Hiperbória, e aos poucos Heylel foi formando seu exército.
Apesar de estar em outra dimensão, sua maldade e poder era tão grande, que ele conseguia corromper as mentes dos seres de qualquer esfera distante.
O grande criador então dividiu Hiperbória em dois mundos:
Horizonte e Terras Infras.
Os bons e nobres guerreiros que evoluíam em todas as dimensões, antes de atravessar o oitavo portal, defendiam o bem em Horizonte, mantendo o equilíbrio, e assim sempre foi feito.
Os grandes guerreiros se reúnem para enfrentar o senhor do mal e seu exército  maligno.

-Se Heylel vencer a batalha em Hiperbória, ele dominará todo o universo?

-Não só dominará o universo, como criará um novo, onde a escuridão apagará a luz.
É preciso manter o equilíbrio em Hiperbória, para impedir que Heylel seja libertado.

-E Aldegaron? 
Ele é o seu servo mais fiel.

-O dragão negro sempre tentará criar novos exércitos na Terra, e assim acontecerá em outras esferas e nas outras dimensões.
 O bem terá sempre que enfrentar o mal, para que o equilíbrio seja mantido.
Talvez um dia o bem venha reinar novamente, e a paz abrigará a alma e o coração de todos os seres do universo.
Por isso é preciso saber escolher o caminho Baltar.
Todos são livres para fazer suas escolhas.
Não existe o meio, existem apenas duas direções a seguir.
Uma leva a luz, e a outra a escuridão.

-Tem certeza que eu não me lembrarei de nada disto, mestre? 
Tudo que estamos vivendo aqui ficará perdido em minha mente?

-Tu és especial, Baltar, assim como todos os seres do universo.
Não estou apenas guiando o teu caminho, estou te acompanhando em tua missão.

-E qual é minha missão, mestre?

-Todos nós temos um objetivo a alcançar, uma missão a realizar.
Chega um dia em que nossa consciência desperta, e vai em busca do horizonte.
As revelações que a ti estão sendo reveladas, não se perderão nas linhas do tempo. Quando voltares para o mundo azul, receberá os sinais para desperta-las.

-Acredite, mestre, eu vou me lembrar de cada palavra.
Me lembrarei de tudo.



Carruagens cósmicas 🔯


Neste momento, surgi um som no mundo celestial.

-Que barulho é este, mestre?

-Olhe, Baltar, ali no céu.

-São iguais aos transportes que nós vimos no mundo da luz, e também havia uma delas no mundo dos quatro regentes.
E aquelas outras, mestre Milesiano? 
Parecem carruagens douradas, cobertas de fogo. 
O que são?

-São naves, Baltar
Naves cósmicas.
São construídas pelos grandes mestres angelicais.
Todos os seres que evoluem com sabedoria, quando chegam na quinta dimensão, recebem uma delas como um presente universal.
Com elas nós podemos ir a qualquer lugar do universo, e em qualquer esfera, e em qualquer dimensão.

-Quer dizer que eu terei uma destas carruagens um dia, mestre druida?

-Quando atravessares o quinto portal e te tornares um anjo, receberás tua nave cósmica, e com ela desvendarás todo o universo.
Serás mais veloz que a luz.
Veja Baltar, as milícias angelicais estão se reunindo.

-Quem é aquele com a roupa vermelha, segurando aquela espada de fogo?
Veja, mestre Milesiano, a espada dele está emergindo a chama de Orion.
Ele parece ser muito poderoso.
Quem é ele?

-Aquele é Miguel, o grande líder angelical. Um dos guerreiros mais poderoso de todo o universo. 
Eles devem estar se preparando para uma batalha contra os anjos caídos. 
Veja quantas naves Baltar.
Nunca havia visto tantas naves assim juntas.

Os anjos adentram em suas naves e voam além da montanha sagrada.
Baltar percebe um templo que ele ainda não tinha visto.

-Que templo é aquele, com aquela grande escadaria?

-Aquele é o templo das revelações.
É lá que sabemos o nosso verdadeiro nome.
O nome que recebemos do criador quando nascemos na chama da vida.
Quando cada ser nasce, ele recita um nome que ecoa em todo o universo.
O nome que nos acompanhará em toda nossa existência.

-Se eu for até lá, então saberei meu verdadeiro nome?

-Além de saber teu verdadeiro nome, encontrarás teu mentor místico.

-Então vamos, mestre druida, vamos subir até lá em cima.

-Terás de ir sozinho, Baltar, pois este segredo pertence somente a ti.
Vais, que eu te aguardarei aqui.



Místico encontro 🔯


Baltar caminha em direção ao templo.
Em cada degrau ele sente seu coração bater fortemente.
São mais de trezentos degraus que ele tende a subir.
Ao chegar, ele vê um imenso portal de ouro, talhado com vários símbolos.
Ele então adentra no corredor dourado e avista uma intensa luz vindo do fundo.
Ele vê uma imensa janela com vista para a cascata de fogo.
Baltar vê o quanto é mágico a chama de Orion, a chama da vida.
Eis que então, uma voz suave e harmoniosa lhe diz:

-A magia da vida é esplendorosa, não achas Baltar?

Baltar vira-se e avista um ser alto e elegante, vestindo uma túnica dourada com uma cruz de asas bordada.
Uma luz cintilante ilumina toda sua áurea.
Sua pele é lisa e levemente azulada.
Ele não tem cabelos.
Em sua cabeça há uma aureola de luz lilás, e em sua testa há um sol desenhado,  irradiando energia. 
Seus olhos são prateados e iluminados.
Parece estar sorrindo com o olhar.
Ele não tem boca, nem nariz.
Ele se comunica por telepatia.
Em seu braço direto há uma estrela de cinco pontas, com dois triângulos pequenos, um de cada lado. 
Baltar sente uma paz jamais sentida antes, e ao perceber que aquele é seu mentor místico, aproxima-se e diz:

-Tu és meu mentor místico? 
Aquele que me orienta e ilumina meu caminho?

-Quando nascestes no fogo sagrado e a mim foi dado a missão de guiar teu espírito, sabia que estava guiando um nobre guerreiro. 
É uma honra para mim, guiar os teus passos, Baltar.
Que bom que nos encontramos aqui no mundo celestial.
Sempre quis apresentar-me para ti em minha verdadeira forma.

-Tu ainda estas no mundo azul? 
Já nos encontramos lá?

-Sempre estive perto da tua essência.
Se olhar dentro do teu coração, me enxergarás.
Estarei sempre contigo, te orientando e preparando-te para tua missão.

-E qual é minha missão?
 Acender a torre com a chama de Orion?

-A torre apenas iluminará teu caminho Baltar.
Quando chegares a Amazon, encontrarás teu destino.
É lá que tu darás os primeiros passos para tua missão.
A missão que foi predestinada a realizar no mundo azul.
Quando o grande criador o criou na chama da vida, traçou teu destino.
Fostes livre para escolher teu caminho, e escolheste o caminho verdadeiro.

-E o grande criador? 
Poderei vê-lo algum dia?

-Podes vê-lo a todo instante, Baltar, pois ele está dentro de ti.

-Mas onde?
Como?

-Abra tua mão, Baltar.
O que vês?

-Não vejo nada além dos meus cinco dedos.

-Pois o dia que olhares, e enxergar além dos cinco dedos, enxergará o criador.

-E o meu nome cósmico? 
Mestre Milesiano, dize-me que aqui, eu saberia meu verdadeiro nome.
O nome que o grande criador recitou quando eu nasci na chama de Orion.

-Estique tua mão para fora da janela, Baltar.

-Mas não irei queimá-la?

-O fogo sagrado não queima, apenas purifica.
Coloque tua mão na chama azul.
Sentirá uma energia percorrer por toda tua alma.
Teu nome aparecerá gravado nela.
Depois que leres, desaparecerá.

Baltar coloca sua mão na chama da vida.
Ele sente sua essência vibrar e uma emoção toma conta de todo seu espírito.
Uma suave música toca neste momento,  e a chama azul forma uma imensa estrela de cinco pontas no céu celestial. 
Ao abrir sua mão, Baltar lê seu nome cósmico.
Uma palavra mágica e poderosa
Uma luz intensa surgi na palma de sua mão, e o mantra místico vai se apagando lentamente.
Neste momento, Baltar além de decifrar seu nome cósmico, descobre quem é seu mentor místico, que sabiamente lhe diz:

-Quando chegar a hora, te apresentarás com este nome no mundo azul.
O nome pelo qual tua ficarás conhecido nas linhas do tempo.

Baltar ainda emocionado pergunta:

-Tu sempre estarás comigo, mestre?

-Lembre-se, Baltar, o corpo é apenas uma casa para abrigar a essência.
Quando não estiver mais contigo no mundo azul, continuarei guiando teus passos, onde estiver. 
Um dia tu também te tornarás um mestre, então lutaremos juntos em Hiperbória.

-Tenho medo de não conseguir acender a torre, mestre?

-Acredite, Baltar, tu já estas a acendendo.

-Mas como?

-Tudo que estas aprendendo nas dimensões superiores está despertando esta chama.
Tua vinda para cá não foi por acaso.
Tudo que viu até agora, tudo que estas vivendo, esta despertando o teu âmago.
Não existimos por acaso, nada acontece por acaso.
Mesmo que não te lembres nitidamente quando voltares ao mundo azul.
Todos os ensinamentos que estas aprendendo aqui refletirá em tua essência, e tua terceira visão despertará.  
Se acreditares que poderá acender a torre com a chama de Orion, então conseguirá. Quando acreditamos em nossa própria capacidade, podemos realizar qualquer feito. Não existe o impossível para quem acredita verdadeiramente em sua força.

-Prometo que acenderei a torre, mestre.
Não importa o obstáculo que venha a surgir no meu caminho, colocarei a trirreme de volta no mar e irei em busca do meu destino.
Realizarei minha missão.

-Não tenho duvidas de que a realizarás com êxito.
Agora vá, Baltar, ainda tens muito para aprender, muitos segredos a desvendar, muitas respostas a encontrar. 
Vai, Baltar, em busca do teu destino.
Que a grande magia que abrange o coração dos bons esteja contigo.

O mentor místico despede-se de Baltar fazendo o sinal das três doutrinas.
O jovem fenício desse as escadas do templo confiante.
Ele desvendara seu nome cósmico.
Um brilho radiante cobre seu espírito de puro brio.
Ao aproximar-se da pedra de ametista, Baltar encontra Milesiano, que está dormindo profundamente. 
Ele então tenta acordar seu mestre, derrepente, uma sombra escura surgi do seu lado, e uma voz tétrica lhe diz:



O mentor sombrio 🔯


-Porque me renegas? 
Sempre que me aproximo de ti, afasta-te de mim.
Também tenho muito a oferecer-te.
Porque renegas o poder que te ofereço?

Baltar vira-se, e diante dos seus olhos está seu mentor sombrio.
Seus olhos vermelhos reluzem em sua túnica negra.
Suas mãos são ressequidas e sua pele acinzentada.
Em sua testa há uma estrela de cinco pontas invertida.
Ele está segurando um tridente de aço.
O ser sombrio olha para o Príncipe com seu olhar de ódio.
Uma nuvem escura cobre Baltar, que sente o mal atormentando seu espírito, ele então diz:

-Jamais irei seguir-te.
Jamais servirei a ti e a teu mestre.

-O que conheces sobre meu mestre? 
Apenas estórias de um velho mago.
Pois saibas que o grande senhor da escuridão tem muito a oferecer-te.

-E o que o mal poderá oferecer a mim?

-O poder absoluto!!!!
Tu és um poderoso guerreiro Baltar.
Mereces liderar um exército á altura.
Para que precisas aprender tanto?
Já sabes muito.
Se vieres comigo, não precisarás acender a torre.
Será livre de tuas obrigações.
Meu mestre irá realizar o desejo que quiseres.
Venha Baltar, venha liderar o exército do grande senhor da escuridão.

-Afasta-te de mim!!!
Já fiz minha escolha
A escuridão jamais abrigará minha alma!!

-Como podes renegar o que já experimentaste?
Lembro-me muito bem quando me aproximei de ti no teu sexto ano.
Lembra onde tu estavas?
Lembra o que fizeste?
Pois eu tive orgulho do que vi.

-E o que viste demônio?

-Tu estavas na trirreme, lembra? 
Teu pai e os outros marujos estavam caçando baleias e golfinhos próximos as ilhas do Egeu.
Os teus olhos brilharam ao ver o sangue se espalhando no mar.
Lembra o que fizeste?

-Eu era apenas um menino, uma criança, por Astartéia, afasta-te de mim.

-Pediu para matar um dos golfinhos com a espada de Jabnit.
Divertiram-se ao ver aqueles animais agonizando até a morte.
Lembro-me como se fosse agora.
Tu dançando alegremente entre as vísceras  daquelas pobres criaturas marinhas.

-Nós estávamos apenas caçando.
Caçando para nos alimentar.

-Havia carne em abundancia.
Mataram por prazer, para se divertirem, para exibirem seu poder.

-Eu era apenas um menino, não sabia o que estava fazendo, por Astartéia, vá embora.

-Porque choras, Baltar?
Não deves te arrepender do que fizeste.
Todos tem seu lado sombrio.
No mal não há arrependimento.
Não somos julgados pelos nossos atos.
Somos livres.
Nosso mestre nos liberta destas provações inúteis.
A magia das trevas é poderosa.
Venha comigo Baltar, e eu te apresentarei esta maravilha.

-Só servirei a um único senhor.
O grande criador!!!!
Jamais servirei o senhor do mal.
Afaste-te de mim, demônio!!!!

-Como ousas a renegar meu mestre.
Se não servires a ele, então não serviras a nenhum outro.

O mentor sombrio começa a enforcar Baltar, que está caído no chão.
Sem forças, ele tenta gritar, mas Milesiano ainda continua desacordado.
O ser maligno então pega seu tridente e começa espeta-lo na barriga de Baltar, tentando romper seu cordão de prata. 
Eis que então, surgi uma luz azul iluminada, e o mentor guardião aparece.

-Solte-o, demônio!!!!!

A criatura vira-se e começa a gritar.
Milesiano acorda, e ao recuperar a consciência, corre até Baltar, que está com as mãos na barriga.
Os dois mentores então começam a lutar.

-Como estas, Baltar ?
Ele feriu-te?
Não sei o que houve, derrepente cai no sono e adormeci.
Como tu estás filho? 
Estás ferido?

-Ele estava tentando me matar, mestre.
Pensei que fosse morrer.
Ele tentou confundir minha mente e depois me atacou, mas agora estou bem.
Sempre estive bem.
Obrigado por estar sempre comigo mestre Milesiano.

-Pelo que me agradeces, Baltar?

-Por iluminar o meu caminho.

O jovem príncipe olha com um olhar de agradecimento para seu mestre, que logo percebe que um grande segredo místico havia sido revelado.
O mentor guardião usa toda sua força e consegue vencer o mentor sombrio, que depois de olhar Baltar com um olhar sinistro, volta para o mundo inferior.



Nobre guardião 🔯


-Levanta-te, Baltar.
A dor que estás sentindo logo irá passar.
Levará um tempo para que ele se aproxime de ti novamente.
Ele nunca desiste e nunca desistirá.

-Tu estas sempre me protegendo e eu nem se quer conheço-te.
Quem és tu, mentor guardião?

-Recebi a missão de proteger-te nesta tua vida, mas de nada adiantaria minha proteção se tu não tivesses o equilíbrio que tens.
Ao escolheres o caminho da luz, me fortalecesses também.
Sempre estarei te protegendo Baltar.
Talvez um dia, nos encontraremos no mundo azul.
Será uma honra guerrear ao teu lado.

-Diga-me guardião, que símbolo é este que tens no teu escudo?
Eu já o vi antes.
É o mesmo símbolo que tu tens no braço direito.

-Este é meu símbolo.
Representa minha ordem angelical.
A espada virada para cima ao lado da meia lua.

O sábio Milesiano conclui:

-Então tu pertences a ordem angelical regida pelo arcanjo Rafael, o grande protetor universal.

-Tu és muito sábio, nobre mago.

Neste momento, um clarão surgi no céu, e a terra do mundo celestial começa a tremer, Baltar então grita.

-O que esta acontecendo?

O mentor guardião então responde:

-São os anjos caídos.
As batalhas contra estes demônios estão cada vez mais difíceis.
Muitos anjos são corrompidos pelo mal, aumentando o exército do mundo inferior.
O universo está sofrendo um grande desequilíbrio.
O mal está se espalhando rapidamente por todo o cosmos.
Voces não podem mais ficar aqui.
Terão que deixar este mundo agora.
Abram o portal e saiam enquanto há tempo.
Preciso reunir-me com as milícias de Miguel.
Temos uma batalha para travar com os anjos caídos.
Lembre-se, Baltar, estarei sempre ao teu lado, te protegendo.
Nunca te afastes da luz.
A tua força, será a minha força, a tua luz, será a minha luz.

O mentor guardião entra em sua nave cósmica e parte para batalha, rasgando o céu como uma estrela de fogo flamejante.
Milesiano ergue seu coelbren e faz surgir os nove portais novamente.
Baltar então pergunta a seu mestre:

-Para onde vamos agora, mestre Milesiano? Que mundo desvendaremos?

-Vamos para o mundo do tempo, que fica na sexta dimensão.

-O mundo do tempo? 
Foi esta dimensão que Heylel criou.
O que há atrás deste portal, mestre Milesiano?

-Só descobrirás se entrarmos, mas lembre-se, Baltar, controle teus desejos.
Esta dimensão é muito perigosa.


The Orion Flame









Alexsandro Ribeiro 🔮











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