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terça-feira, 12 de novembro de 2019

O engenheiro de Goldland 🌅






O engenheiro de Goldland 🌅


-Milesiano, Jesebel ainda habita meu coração e minha alma.
Acho que jamais vou ter um novo amor novamente.
Nenhuma mulher se comparará á mãe de meu filho.
Sofro todas as noites ao lembrar-me de seus carinhos, e seus conselhos.
Minha mulher era uma mulher guerreira.
Uma sábia companheira.
Porque os Deuses a levaram de mim?
Antes dela morrer, estive em um dos templos construídos para Astartéia.
Na cidade de Uruk.
É um dos templos mais belos que existe.
Fiz varias oferendas, mas meu pedido não foi atendido.
Vou confessar-te velho, amigo.
As vezes não tenho mais vontade de viver.
Lembro das festas, em que ela dançava linda e iluminada, rodeada de flores.
Me presenteando com seu sorriso doce e mágico.
Perdi meu grande e único amor, mestre Milesiano.
Por mais que eu tente ser forte.
Por mais que eu aparenta estar contente.
Minha alma chora por dentro, e meu coração sangra dolorosamente.
Uma dor que parece não ter fim.
Esta viagem a Amazon
É como se de alguma forma, eu estivesse indo ao encontro dela.
Quando ela me fez jurar em seu leito de morte, olhando profundamente nos meus olhos.
Dizendo-me:
Encontre Milesiano.
Ele te levará até mim
E Baltar!!!
Leve Baltar!
Pois a ilha sagrada o aguarda.
Em seu último suspiro, ela disse-me:
Meu amor, estarei esperando-te além das estrelas.
No infinito.
Diga-me mestre, druida:
Achas que era delírio?
O que isto significa?
Que mistério envolve esta ilha a Jesebel?

- Bravo Hannon
É impossível ter todas as respostas.
Acredito que Jesebel, quando estava doente, de alguma forma ela visitava a ilha sagrada. Nós temos a capacidade de realizar várias viagens através do nosso espírito. 
Que como uma grande magia, se desloca do corpo, e viaja pela grande esfera azul. 
Capaz de ir a vários lugares distantes.
Jesebel era muito espirituosa.
E ao contrario de ti, que acredita em vários Deuses.
Ela acreditava em um único Deus.
O grande criador, que criou todos os seres que existe nesta terra.
Poderia dizer que Jesebel era de origem celta, se não a conhecesse.
Ela tinha uma força muito grande, e tinha um respeito pela natureza, incomparável. Posso dizer-te Hannon, que tua mulher tinha o espírito puro.
Que com certeza, a Deusa Dana.
A grande Deusa mãe habitava sua alma.
Vou lhe dizer algo estranho que aconteceu.
O motivo que me fez vir até Gadir.
Eu estava na Tirrênia.
Estava á procura de um grande amigo celta, chamado Kretus.
Pois ele me ajudará a construir o grande calendário do sol.
Em uma de nossas terras mágicas.
Na cidade de Goldland.
Meu povo já esta lá, me aguardando.
Estão cortando as grandes pedras para construção do monumento.
Será nosso templo solar.
Um lugar sagrado para fortalecermos o equilíbrio da esfera azul.
Haverá um dia, na estação do sol, que a luz cósmica se projetará dentro do templo.
E esta energia beneficiará a todos.
O templo será todo de pedra.
E formará um grande círculo.
Este será meu grande legado, Hannon.
Um presente materializado.
Para todos aqueles que buscam o caminho da luz.
Eu o projetei há muito tempo atrás
E agora sinto que chegou a hora de construí-lo.
Acredito que em cinco anos, o monumento do sol ficará pronto.
Kretus é um eximido engenheiro.
Ele é capaz de encaixar as pedras, perfeitamente, umas com as outras.
Não importa o tamanho que elas tenham.
Para minha sorte, eu o encontrei.
E quando estávamos indo para Goldland.
Eu tive uma revelação.
Dana apareceu para mim, e disse-me que eu deveria voltar a Amazon.
Pois a ilha sagrada estaria correndo um grande perigo.
Mas que se eu fosse sozinho, não adiantaria.
Eu deveria levar um nobre guerreiro comigo.
Pois o equilíbrio da grande esfera azul, dependeria dele.
E a ele seria revelado o segredo da ilha.
Acredito amigo, Hannon
Que Jesebel, prevera isto também.
Há algo muito forte que nos une.
Existe uma razão para que nossos caminhos se cruzem.
Preciso encontrar este guerreiro, e faze-lo cumprir seu destino.
Tenho certeza que tu encontrarás, Jesebel.
Se tu acreditares na magia que envolve a ilha sagrada.
A encontrará novamente
A morte não é um fim, e sim um começo para uma nova vida.
Por isto estou aqui, Hannon.
Por isso mudei o curso do meu destino.
Depois de vos guiar até a ilha sagrada, e encontrar este guerreiro.
Voltarei para Goldland.
Para continuar a construção do templo solar.

-Acredito em tuas palavras sábias, amigo.
Se esta é a vontade do teu Deus que chamas de criador.
Então que ele nos guie até Amazon.



O escravo de Gizé 🌅


Amanhece em Gadir.
O sol se faz ao horizonte.
A grande trirreme fenícia aguarda seus tripulantes.
Hannon e Baltar verificam os mantimentos.
Ishtar e os demais remadores preparam os remos.
Hamilcar encarrega-se de encontrar alguns carregadores para ajudar na viagem.

-Senhor!!
Senhor Hamilcar!!

-Fale, homem.

-Este egípcio se ofereceu para ajudar em troca de comida e água.
Eu o conheço, senhor
Seu nome é Anut.
Da cidade de Gizé.

-Não me parece ser tão forte.
Mas não temos muito tempo.
Leve o até a trirreme.
E mande-o empilhar algumas vigas de ferro.

Baltar chama Milesiano.
Que está a apreciar o céu,  e observando a direção dos ventos.
Ao entrar na trirreme, ele sente uma presença má, mas fica em silêncio.
Hannon então dá a ordem para que os remadores comecem a remar.
E assim a trirreme fenícia vai lançado-se ao grande mar.
Ishtar em cima no convés, zomba do egípcio Anut.

-Hora.
Veja quem se ofereceu para trabalhar nesta humilde trirreme.
Nosso amigo egípcio.
Seria ele um descendente da dinastia de Snefro?
Cujo filho Quéops sacrificou a vida de milhares de inocentes para construir a maior pirâmide do Egito em Gizé.
Diga, egípicio.
Onde estão teus grandes Faraós agora?
Dizem que eles escravizam seu próprio povo, e ainda sonham em dominar todas as terras que existem além do Nilo.
Só mesmo Hamilcar
Para permitir tamanha grandeza.
Temos um Faraó em nossa trirreme.
Cuidado homens!!!
Ele pode querer nos escravizar.

Anut fica quieto, e sente-se humilhado
Moloch, outro remador no convés
Cagoeta o egípcio novamente.

-Os teus faraós caíram,  Anut.
Depois que o sábio Aminadab libertou os hebreus da escravidão.
Que foram escravizados e massacrados durante 400 anos por teus Faraós.
Vocês nunca mais foram os mesmos.
Um único homem os derrotou.
E seu poder era tão grande.
Que ao descer o monte Sinai.
Fez emergir as dez pragas do Egito.
Para punir teus lideres tiranos.
Ele foi capaz de abrir o grande mar.
Dividindo as águas com seu cajado.
Mostrando seu poder absoluto.
Eis que agora, os Faraós escravizam seu próprio povo.
Mulheres e crianças inocentes.
E ainda querem competir conosco.
Ao quererem atravessar o grande mar.
Acho melhor vocês ficarem com suas pirâmides.
E usarem seus navios somente para transportar seus obeliscos.
Diaga-me, Anut.
Porque o Faraó não constrói uma pirâmide em Israel?
O fantasma de Aminadab ainda os assombra?
Ou tens medo que Akhenáton volte do lago Timash?
E venha terminar o que começou.
O que achas, egípcio?
Ou preferes que eu te chame de Faraó?

Anut não diz nenhuma palavra, e retira-se de cabeça baixa.
O rei Hannon pede para que os homens façam silêncio, ao se aproximarem das colunas de Hércules.


The Orion Flame






Alexsandro Ribeiro 🔮

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