Translate

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

A maldição da Ilha fantasma 💀






A maldição da Ilha fantasma 💀


A trirreme fenícia segue seu destino.
Várias semanas se passam.
Milesiano conta suas estórias de seus grandes feitos quando jovem.
Quando ainda era um guerreiro celta, e dos vinte anos de ensinamentos que recebera para se tornar um mestre druida.
Fala de sua Deusa mãe, e do grande criador.
Conta com entusiasmo, de como projetou seu templo solar.
E como o templo ficará quando estiver pronto.
Todos estão dormindo.
Mais uma noite foi calma.
Hamilcar então acorda.
E como de costume, vai até o convés .
Ao chegar, ele se assusta.
Estranha ainda não ter amanhecido.
A trirreme está parada.
E uma névoa sombria paira sobre o barco.
Um som perturbador de um sino badalando surgi neste momento.
Tirando a tranqüilidade de Hamilcar.
Que desce correndo para acordar o resto da tripulação.
Ao chegar nos aposentos da trirreme.
Hamilcar tem uma visão assustadora.
Ele vê vários homens desacordados e falando línguas estranhas.
Desesperado, começa a acorda-los.
Baltar então acorda e fica espantado.

-Hamilcar, o que esta acontecendo?
Porque todos estão falando ao mesmo tempo?

-Não sei, príncipe Baltar.
A trirreme não se move
E estamos cobertos por uma névoa sombria.
Estou tentando acorda-los.
Mas ninguém me ouve.
Eles estão paralisados
Não se mexem.

Isthar acorda e pergunta ainda meio sonolento.

-Que barulho infernal é este?.
Por Astartéia!!!
O que está acontecendo com estes guerreiros?
Será que foi o vinho?
Eu falei para estes animais não tomarem este vinho.
Já estava com gosto de vinagre esta porcaria.

Neste momento, mais cinco homens acordam.
São eles: Matho, Agbal, Jabnit, Sirom e Moloch.
Baltar chega com Milesiano
Que estava em outro aposento na trirreme.

-Veja, mestre druida.
Olhe o que está acontecendo.
Eles não acordam.
Estão paralisados
E meu pai também.
Parece estar enfeitiçado.
Que feitiço é este, mestre druida?
O que está acontecendo?
Porque nós estamos acordados, e eles não?

-Milesiano demonstra-se preocupado
Sacudindo a cabeça, e segurando com força seu coelbren.
Moloch, que estava no convés com os outros, aparece.

-Príncipe Baltar, mestre Milesiano?
Hamilcar está vos chamando.
A trirreme começou a se mover.
Os remos estão se movendo
Mas ninguém está remando
E o barulho lá fora está cada vez mais sinistro.

Milesiano e o príncipe se reúnem aos demais
Que não param de fazer perguntas.
Eis que então.
Surgi vindo do canto da trirreme
Com passos sorrateiros e uma voz tétrica.
Anut, que ironicamente diz:

-Acho que o mestre druida não lhes contara sobre a ilha fantasma.
Ou a ilha da morte
Como preferirem.
Muitos a conhecem por vários nomes.
Pena que eles não voltam para contar suas estórias.
Estamos amaldiçoados!!!!
Todos morreremos!!!!

Isthar, com os olhos arregalados, pergunta:

- O que ele está dizendo, mestre druida?
Que ilha fantasma é esta?
Eu sabia que este egípcio iria nos trazer má sorte.
Hamilcar é o culpado por isto.
Não deveria ter trazido este agourento para nossa trirreme.

-Acalma-te, Isthar.
Não é hora para discussão.
Não lhes contei antes sobre esta ilha, para não lhes causar medo.
E também  por que tinha esperanças de que ela não nos encontrasse.

Baltar, também assustado, pergunta ao mestre druida.

-Mas mestre, como pode uma ilha nos encontrar?
E porque somente nós estamos acordados?

Anut mais uma vez manifesta-se respondendo a pergunta que o príncipe fizera.

-Todos que estão desacordados serão levados pelas almas que assombram esta ilha fantasma.
Todos que estão dormindo, por algum motivo temem a morte.
O medo de morrer.
São covardes!!!!
E as almas escuras virão busca-los.
Se apossarão de cada corpo, expulsando suas almas.
E aprisionando nesta ilha maldita.
Ficarão vagando para sempre na escuridão.
Os corpos com as almas demoníacas se transformarão em demônios
E se juntarão com os demais que habitam esta ilha fantasma.
E nós estaremos lançados a sorte.
Até que os demônios nos encontrem.
Então seremos devorados por estas bestas demoníacas.
Quem entra nesta ilha da morte
Ficará nas sombras por toda eternidade.

O Príncipe fenício mais uma se manifesta:

-Isto não pode ser verdade!!!!!
Meu pai nunca temeu a morte!!!
Nunca foi um covarde!!!!

Milesiano conclui as palavras de Anut, dizendo ao príncipe:

-Teu pai não teme a morte.
Mas quer se entregar a ela.

-O que estas dizendo, mestre?
Como pode meu pai querer morrer?

-Depois da morte de tua mãe.
Ele sofrera muito.
Não sente mais vontade de viver neste mundo.
O rei não teme a morte.
Mas a deseja.

- Então o que faremos?
Como iremos libertá-los desta maldição?
Como sairemos daqui?
Diga-nos, mestre Milesiano?

-A ilha fantasma está nos puxando até ela
Para aprisionar nossas almas.
Quando estes sinos pararem de tocar.
É porque chegamos em sua terra maldita.
Esta ilha é cheia de demônios e almas sem luz.
Antes esta ilha era uma cidade.
Que depois de corromper-se com a ganância e as maldades de seu povo.
Foi amaldiçoada e condenada a vagar pelos mares por toda a eternidade.
Quando aportarmos
Teremos pouco tempo.
O tempo nesta ilha não existe.
Em alguns pontos da ilha, o tempo demora a passar.
E em outros pontos da Ilha fantasma, o tempo passa rápido demais.
O mesmo tempo que corresponde a um dia
Também poderá corresponder a uma hora.
Este tempo macabro é controlado pelas badaladas dos sinos.
Serão nove badaladas.
Quando chegarmos na ilha fantasma
Será tocada a primeira badalada do sino
E assim será sucessivamente.
Até chegar a nona badalada do sino.
Quando isto acontecer
Perderemos todos que estão enfeitiçados.
Pois as almas os levarão.
E nós ficaremos presos aqui para sempre.
Cada vez que os sinos badalarem
As almas virão para tentar possuir os corpos dos desacordados.
Tentarão leva-los em cada badalada tocada pelo sino maldito.
São almas da escuridão.
São maléficas.
Tentarão de tudo para apossar-se dos corpos dos desacordados.
Se isto acontecer.
Os desacordados na trirreme se transformarão em demônios.
E ficarão vagando nas entranhas desta ilha fantasma para sempre.
Juntando-se as outras bestas que habitam esta terra da morte escura.

Moloch desesperado implora ao mestre celta.

-Não existe nada que possamos fazer, mestre Milesino?
Estamos realmente condenados?

Milesiano então diz:

-Só existe uma única esperança.
Todos que tentaram, falharam.
Pois somente o mais nobre dos nobres poderá realizar este feito.
Existe uma torre nesta ilha.
Antes, quando esta ilha era uma cidade de luz e paz.
O bem a abrigava
Como em toda a terra próspera e boa.
Esta torre era iluminada com uma chama sagrada.
Que se apagou quando a ilha caíra em desgraça.
Condenada para sempre a viver na escuridão.
Esta mesma chama, conhecida como a chama de Orion
Era encontrada em uma parte desta ilha.
Em um santuário.
Dentro deste santuário, há duas pequenas mãos de ouro.
Estas mãos estão unidas
Como se estivessem ofertando algo.
No meio destas mãos de ouro, está a chama de Orion.
O fogo azul.
A chama da vida.
Aquele que conseguir buscar a chama de Orion no santuário
Poderá acender a torre.
Então a maldição da ilha fantasma será quebrada.
As almas perdidas se libertarão, e encontrarão seu caminho.
As almas escuras e os demônios
Afundarão com a ilha fantasma para as profundezas da escuridão.

Ishtar como sempre, oportuno e irônico contesta.

É só isso?
Quer dizer que um de nós terá que buscar a tal chama da vida.
Acender a torre.
Então estaremos salvos.
E os demônios lá fora?
Ficarão só nos observando?
Quem sabe eles  buscam esta chama para nós.
Afinal eles devem conhecer bem esta ilha.

O Príncipe pede para que Ishtar respeite Milesiano.
Matho diz que os homens desacordados estão falando mais alto
Em várias línguas diferentes.
Como se estivessem possuídos.
Anut aproxima-se de Milesiano, e pede para que ele esclareça algo.

-Porque não os fala sobre como a ilha fora amaldiçoada, velho mago.
Como seus demônios surgiram.
Sua estória  incompleta sobre a cidade perdida de Atlântida
Esquecera de contar, mestre druida.
Porque não conta como parte de Atlântida se transformou neste lugar de demônios
E almas da escuridão.
Ou só te agrada as estórias onde somente o bem perpetua?

-Admira-me muito tu saberes tanto, Anut.
Como um simples carregador e escravo póde ter tais conhecimentos?
Eu tenho mais de mil anos.
Estas são estórias antigas, que infelizmente eu tive de conhecê-las ao longo de minha vida. 
E muitas delas eu comprovei pessoalmente.
Sempre soube que os egípcios soubessem tanto.
Pois é um povo muito antigo e sábio.
Mas admiro teus conhecimentos para um simples escravo.

O príncipe então pede para que Milesiano conte como aquela ilha fantasma e as pessoas que a habitavam haviam sido amaldiçoadas.
E qual era a ligação entre a Ilha fantasma e a cidade perdida de Atlântida.
Os demais se aproximam de Milesiano para ouvir a estória.
Enquanto isso, a trirreme segue com seus remos em movimento.
Como se estivesse dominada por uma força sobrenatural.
O navio fenício está adentrando na grande névoa.
Indo em direção a morte.
Ao encontro da ilha fantasma.


The Orion Flame






Alexsandro Ribeiro 🔮

Nenhum comentário:

Postar um comentário