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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Iluminando o caminho 🌅





Iluminando o caminho 🌅


-Aquele que busca o grande saber é capaz de despertar qualquer chama.
Tua força e tua coragem, fizeram despertar a chama de Orion.
Todos os passos que destes sabiamente, em busca da sabedoria, junto com a vontade de ajudar teus semelhantes, fizeram renascer a chama na torre.
Buscastes a verdade, e encontrou a luz.
Que somente os nobres e os justos encontram.
Pois o mundo pertence aos justos.
Não iluminaste somente a torre, Baltar.
Iluminaste também teu caminho.
Agora teu caminho está iluminado, para que tu possas cumprir tua missão.

-E qual é minha missão, mestre?

-Quando chegares a Amazon, saberás.
Lá tu encontrarás teus tesouros, e preparará teu espírito, para realizar tua mística missão.
A missão que foi predestinada a realizar neste mundo.
Agora contemple tua vitória, Baltar.
Veja como a chama de Orion é capaz de iluminar a escuridão, e transformar o sofrimento em esperança.

A torre ilumina-se com a chama de Orion. Que emite sua luz em todos os cantos da ilha.
Ao ver a torre iluminada, Hamilcar abraça Jabnit.
Anut por sua vez, parece não acreditar no que está acontecendo.

-Não pode ser!!!
Como Baltar conseguiu acender a torre?
Se o sino concluiu sua última badalada.
Isto não está certo.
O pêndulo nunca falhou.
Nunca ninguém conseguiu vence-lo.
Baltar não é o escolhido.
Não pode ser!!!!

Hamilcar enfurece-se com o egípcio, que não para de lamentar.

-O que tu querias, Anut?
Querias te tornar um demônio, e ficar aprisionado aqui para sempre?
Qual o teu problema, egípcio?

Anut arregala os olhos, e começa a delirar, chutando o chão, enfurecido.
Ele então some no meio da floresta retorcida.
Hamilcar o chama.
Jabnit então lhe diz:

-Deixe-o, Hamilcar.
Anut já escolheu seu caminho.
Ele afastou-se da luz há muito tempo.
Deixe-o ir.
Deixe-o seguir seu destino.

Enquanto isso, na trirreme, Milesiano desperta de seu repouso.
E ao abrir os olhos, um sorriso lhe vem a face, junto com a certeza que lhe invade o âmago.
O druida então diz sorridente.

-Baltar conseguiu!!!
Ele acendeu a torre com a chama de Orion.
Estamos salvos!!!!

Sirom, Agbal e Matho também comemoram.
Zelgor sobrevoa o navio, e faz surgir uma imensa estrela de cinco pontas no céu. Enquanto os desacordados despertam lentamente de seus pesadelos.
Baltar se despede de Medicis e Anurios.

-Teu caminho está livre agora, Baltar.
Podes seguir teu destino.

-O que acontecerá com esta ilha, mestre?

-Todas as almas perdidas serão salvas.
Todas terão uma nova chance para resgatar suas virtudes.
Os demônios e as almas escuras, afundarão nas profundezas.
A ilha fantasma finalmente encontrará seu repouso.
Teu mestre é um sábio mago.
Se continuares seguindo seus ensinamentos, te tornarás um grande mestre também. Quero que leves um presente para ele.

Medicis se abaixa, e junta a lamparina de Shamballa que está no chão.
Ao erguê-la, a chama de Orion renasce, como um sol que desperta ao amanhecer.
O sábio atlante então diz.

-Quero que entregues esta relíquia para teu mestre.
Solarius sempre almejou esta lamparina.

Baltar, espantado, diz.

-Solarius?
Então mestre Milesiano é o mago dourado?
O sábio líder da ordem da luz?
Como não pude perceber antes?

-Solarius é um grande guerreiro da luz.
Sua missão no mundo azul ainda não terminou.
Siga sabiamente os conselhos de teu mestre.
Pois ele te preparará para tua missão.
Agora vá, Baltar.
A ilha sagrada o aguarda.
Vá em busca do teu destino.
Em busca do grande significado de tua existência.

Neste momento, Anurius se aproxima, dizendo ao príncipe.

-Quando entrastes no sepulcro, senti a força em teu espírito.
Tu és um nobre guerreiro, Baltar.
Um nobre guerreiro da luz.
Lembre-se, Baltar.
Aquele que segue a luz, pela luz será sempre iluminado.

Anurius ergue seu cetro, e projeta uma imensa ponte de luz até a trirreme.
Medicis e Anurius se despedem de Baltar, fazendo-lhe o sinal das três doutrinas.
O príncipe lhes devolve o sinal.
E com seu espírito forte e radiante, segue seu caminho, iluminado pela chama de Orion, remanescida em suas mãos.
O príncipe fenício atravessa a ponte luminosa, e ao longe vê o movimento na trirreme.
Baltar fica admirado, ao ver Zelgor sobrevoando o navio como um anjo azul e iluminado. 
Ele então avista seu mestre.
Seus olhos lacrimejam ao ver a túnica branca de Milesiano.
Que lhe acena com um sorriso nos lábios.
Ao chegar na trirreme, Baltar abraça o druida.
Que lhe diz sabiamente.

-Não tive dúvidas de que conseguirias acender a torre.
Sempre acreditei na tua força, Baltar.
Tu és um nobre guerreiro.

-Quando achei que tudo estava perdido, a chama de Orion iluminou-se para mim.
Me mostrou a direção certa.
Mas nada disso seria possível se não tivéssemos unidos.
Está vitória é de todos nós.
Agora entendo porque as três doutrinas não devem ser esquecidas.
Tenho um presente para vós.
O mestre atlante pediu para entregar-te.

Baltar entrega a lamparina para Milesiano, que emocionado diz.

-A relíquia de Shamballa!!!!
A lamparina de ouro que Rudrachakrin deu a Medicis por ele ter curado seu filho.
Ela é mágica.
Sempre sonhei em tê-la diante dos meus olhos.
Não acredito que a tenho em minhas mãos.

-Ela é sua agora, mestre.
Medicis disse que somente o mais nobre dos guerreiros da luz seria honrado em recebê-la.
Um guerreiro como vós.
Um guerreiro como o mago dourado.

-Medicis sempre foi um bom essenoi, mas nunca foi muito bom em guardar segredos.

-Quando Jabnit contou a historia dos guerreiros da luz, deveria ter imaginado que Solarius e o senhor eram a mesma pessoa.
Agora entendo a importância de sua missão, mestre Milesiano.

-Existem segredos, que ainda devem ser mantidos.
Onde estão os outros, Baltar?
Onde eles estão?

-Pensei que já estivessem aqui.
Perdemos Moloch e Isthar.
Que Astartéia lhes dêem um bom lugar, para repousarem seus espíritos.
E aqui, mestre druida?
Os desacordados ficaram bem?
Como está meu pai?

-Eles estão acordando.
Estão confusos.
Reclamam de dores na cabeça.
Seu pai ainda não despertou, mas breve ira acordar.
Perdemos alguns homens.
Uns vinte ou mais.
Eles atravessaram o pentagrama.
Não conseguimos segura-los.
Mas tenho certeza que estão a salvos agora.
Anurius deve estar os guiando para luz.
Veja, Baltar!!!
É Hamilcar.
Porque ele está carregando Jabnit?

Baltar e Milesiano correm até Hamilcar, que carrega Jabnit nos braços.

-O que houve,  Hamilcar?
O que aconteceu com Jabnit?

-Ele está muito mau, senhor.
Fomos atacados pelos Aligatz.
Um deles cegou Jabnit, e o fez ingerir seu veneno.
Ele está ardendo em febre.
Anut disse que Jabnit não resistirá ao veneno.

-E o egípcio?
 Onde ele esta?

-Anut enlouqueceu, senhor.
Ele sumiu na floresta.

O príncipe se aproxima de Jabint, que está queimando de febre.
Ele então pergunta ao mestre druida.

-Poderemos salva-lo, mestre?
Existe algum remédio que possa estancar o veneno?
Por Astartéia!!!
Jabnit está queimando de febre.

-Vamos levá-lo para dentro da trirreme.
Vou preparar-lhe um remédio para baixar esta febre.
Traga-o, rápido.

Baltar e Hamilcar levam Jabint para um dos aposentos da trirreme.
Enquanto Milesiano prepara uma poção, usando uma de suas ervas.

-Tirem a roupa dele.
Quanto menos abafado estiver, melhor.
Esta poção fará baixar a febre.
Ele irá dormir tranqüilamente.

Hamilcar preocupado, pergunta.

-Conseguiremos salva-lo, mestre druida?

-Quando chegarmos a Amazon, procurarei Mística.
Ela deve ter alguma poção extraída de alguma planta, para estancar o veneno, e também para curar sua visão.
Mística é a mais sabia essenoi da ilha sagrada.
Ela conhece todas as plantas que existem lá.
Não te preocupes, Hamilcar.
Jabnit ficará bem.
Agora dispam-no, e traga-o até aqui.

Ao tirar a blusa de Jabnit, Baltar estranha uma pequena marca que ele tem no braço direito, em seu ombro.
Parece uma tatuagem.
Baltar tem a sensação de já ter visto aquele símbolo em algum lugar.
Uma espada virada para cima, ao lado de uma meia lua.
O príncipe fica estático diante do símbolo, tentando se lembrar de onde conhecera. Milesiano pede para que Hamilcar busque toalhas e água.

-Eu já vi este símbolo antes.
A espada virada para cima e a meia lua.
Não consigo me lembrar.
Que símbolo é este que Jabnit carrega em seu ombro, mestre?

-Jabnit também é um nobre guerreiro, Baltar.
Poderia dizer que Jabnit é um nobre guardião.
O símbolo que ele carrega é de uma ordem de guardiões.

-Como a dos guerreiros da luz?

-Tão nobre quanto a ordem da luz.
Venha, Baltar!!!
Me ajude.
Levante a cabeça dele.
Ele precisa tomar todo este chá.

Baltar ergue a cabeça de Jabnit, enquanto Milesiano lhe dá a poção.
Neste momento, Hamilcar aparece com as toalhas e uma cumbuca de água.
O druida então lhe diz.

-Umedeça a testa dele, seu peito, e seus pés.
Breve o remédio fará efeito, e a febre irá ceder.
Venha Baltar, vamos ver se vosso pai já acordou.

Ao entrarem nos aposentos do rei, Baltar emociona-se ao ver seu pai, abrindo os olhos e sussurrando seu nome.

-Baltar?
Baltar?
Onde tu estás, filho?

-Estou aqui pai.

-O que houve, meu filho?
Porque estas tão sujo?
Por Astartéia!!!!
Que sangue é este em tuas mãos?
Mestre Milesiano, o que houve?
O que está acontecendo?

Milesiano então diz ao rei:

-Acalma-te, Hannon, Baltar está bem.
Todos estamos bem agora.

-Por Astartéia, minha cabeça dói.
Tenho a sensação de ter dormido três dias inteiros.
Eu vi tua mãe em meus sonhos, filho.
Jesebel estava tão linda.
Ela vestia um vestido branco e iluminado, todo coberto de flores.
Pensei que eu tivesse morrido, e havia encontrado meu amor novamente.
Até que o pesadelo começou.
Jesebel foi afastada de mim, e eu cai num abismo escuro e sombrio.
Não conseguia sair de lá.
Minha cabeça!!!
Minha cabeça dói muito.
Que bom acordar deste pesadelo, e ver teu rosto meu filho.

-Também estou feliz em ver-te, pai.
Fique calmo.
Tudo ficará bem agora.

-A trirreme?
Porque a trirreme está parada?

Milesiano aproxima-se e diz a Baltar.

-Vá ver como estão os outros, Baltar.
Precisamos voltar ao nosso curso.
Vá que eu explicarei tudo ao rei.

Baltar dá um forte abraço em seu pai.
Ao sair pela porta, Sirom aparece dizendo.

-Príncipe Baltar, há um homem no mar!!!

Baltar corre até a proa da trirreme.
E ao lançar seus olhos no mar avista um homem boiando em um tronco de árvore.
Ele então grita.

- Por Astartéia!!!
É Isthar!!!!
Homens tragam-no para cima.
Vamos!!!!

Agbal se joga no mar e amarra Isthar á uma corda.
Os homens o içam para dentro da trirreme.
O príncipe então começa a acordá-lo, batendo-lhe no rosto.

-Isthar? Isthar?
Acorde!!!
Por Astartéia.
Acorde, homem!!!

Isthar começa a tossir, golfando água para fora.
Ele então arregala os olhos e começa a olhar para todos os lados.

-Os demônios!!!!
Eles vão me matar!!!
Vão tirar meu coração com o punhal.
Eles vão me matar!!!!
Eles vão me matar!!!!
Por Astartéia!!!

-Acalma-te, Isthar.
Estás a salvo agora.
Estamos na trirreme.

-Mas e os Morfiros?
Eles iam me matar.
Por Astartéia.
Minha cabeça está doendo.

-O que houve, Isthar?
Como conseguiu livrar-te dos demônios?

-Não consigo me lembrar, senhor.
Os Morfiros me amararam na mesa de pedra.
Eles iam me sacrificar.
Derrepente, um clarão surgiu no céu.
É a única coisa que eu me lembro.
Quando dei por mim, estava descendo o desfiladeiro, e me embrenhei na floresta. Estava perdido, tentando encontrar a trirreme.
Entao cheguei até a praia.
Haviam vários troncos na areia.
Não me lembro de mais nada.
Minha cabeça está doendo muito.

-Fique calmo, Isthar.
Tudo ficará bem agora.
homens, levem-no para dentro.
Dêem-no roupas secas e um pouco de vinho.

Isthar agora mais aliviado, comenta com o príncipe.

-Lembra-se da promessa que fizeste, senhor?
Que iria deixar-me provar o vinho que está guardado em teus aposentos.
O vinho que ganhaste dos gregos.

-Claro, Isthar, dar-te-ei um barriu daquele vinho.

Neste momento Hamilcar aparece.

-Senhor, a febre de Jabnit está cedendo.
Por Astartéia!!!
Isthar!!!!
Mas como pode?
Pensei que estivesse morto, homem.
Como conseguiu te livrar daqueles demônios?
Bem que o príncipe falou que tu conseguirias enganar a morte mais uma vez.
Deixe-me te dar um abraço, meu amigo.

Hamilcar abraça Isthar, apertando-o fortemente.

-Por Astartéia.
Queres me matar Grandalhão?
Eu preferia abraçar uma mulher de seios fartos.

Hamilcar então brinca.

-Se quiseres, podemos te levar de volta a floresta retorcida, Isthar.

-Agradeço, Hamilcar.
O que eu quero mesmo, é um bom gole de vinho, e depois dormir.
Dormir um dia inteiro.

Isthar é levado para um dos aposentos.
Milesiano também fica feliz em rever o fenício.
O druida então diz ao príncipe.

-O rei está melhor agora.
Dei-lhe um pouco de chá, para que possa repousar.
Ele ainda está confuso.
É bom que ele durma um pouco.
Desta vez sem pesadelos.
O feitiço da ilha fantasma atormentou a mente dele.

Neste momento, Matho aparece e diz ao druida.

-Mestre Milesiano, os homens reclamam de dores na cabeça.
Muitos não conseguem nem levantar .

-Vejo que terei de preparar mais poções.
Os homens precisam repousar.

Hamilcar então diz:

-Mas mestre, precisamos dos homens para remar.
Não há ventos.
Como iremos sair daqui?
Vejam!!!!!
Alguma coisa está acontecendo com a ilha fantasma.
Vejam a montanha.
A figueira.
O que está acontecendo com a árvore?

Milesiano responde, maravilhado.

-É uma fênix.
A figueira está se transformando em um pássaro de fogo.

O túnel de luz desaparece do céu.
As almas perdidas foram resgatadas.
A figueira ilumina-se de uma luz dourada.
A árvore então se transforma numa imensa fênix.
E rasga o céu como uma estrela de fogo.
A ilha fantasma começa a afundar.
Baltar preocupado, pergunta ao mestre druida.

O que faremos, mestre?

Milesiano segura seu coelbren enquanto pensa.
Ele então diz:

-Hamilcar, traga toda a corda que tiver na trirreme, e chame Sirom, Matho e Agbal.

O príncipe, intrigado, pergunta.

-O que vais fazer, mestre druida?

-Zelgor nos ajudará.

-Zelgor?

-Acho que ainda não fostes apresentado ao dragão azul.
Ele nos ajudou bastante.
Zelgor é um dragão sagrado, que foi gerado na chama de Orion.

-Mas como ele chegou até aqui, mestre?

- Expandi minha magia, e fui até a sétima dimensão.
No mundo da magia.
Lá recebi a permissão do rei da terra mística, para trazer o dragão azul.
Ele nos ajudou a enfrentar Aldegaron.

-Aldegaron?
Também tivemos um encontro com este demônio.

Neste momento a ilha fantasma começa a ruir.

-Depressa, Baltar.
A ilha vai afundar.
Temos que nos afastar.
Homens!!!!
Tragam as cordas.
Vou chamar Zelgor.

Milesiano faz um sinal para Zelgor, e se comunica com ele por telepatia.
O dragão azul então se aproxima da proa.
Deixando que o druida lhe entrelace as cordas em seu pescoço.

-Homens, amarrem estas cordas nos lastros da trirreme.
Apertem bem.

Os homens começam a amarrar as cordas nos lastros.
Zelgor se lança ao mar, e começa puxar a trirreme.
Baltar então diz.

-Brilhante idéia, mestre.

-Zelgor ficará conosco até o nascer do sol.
Depois ele voltará para o seu mundo.
Prometi ao rei Auri, que ficaria com Zelgor por apenas um dia.
Já está entardecendo.
Daqui a pouco as estrelas irão brotar no céu.
Teremos tempo.
Os homens poderão descansar até o amanhecer.
Então estarão prontos para assumir os remos.

A trirreme corta as águas afastando-se da ilha fantasma.
Que é engolida pelo mar.
Ao afundar, Baltar vê a torre iluminada com a chama de Orion, submergindo nas águas.
Um pensamento lhe vem.
Ele então pergunta ao mestre druida.

-A chama apagará, mestre?

-Não mais.
Mesmo submersa nas profundezas do mar, a chama de Orion continuará brilhando na torre. Como testemunha de tua coragem e de tua fé.
Realizaste um grande feito, Baltar.
Teu nome começa a ser escrito nas linhas do tempo.

O príncipe e o mago dividem um momento nostálgico, ao verem a torre mergulhando nas águas.
Em fim a ilha fantasma irá repousar eternamente.
A trirreme é puxada por Zelgor.
Que parece um cometa de luz azul no mar.
Os homens descansam.
Os mais dispostos ouvem a estória de Sirom.
Que narra cada detalhe da aventura.
Baltar depois de banhar-se, aprecia um pedaço de pão, na companhia de um precioso vinho. 
E se diverte com as estórias  de seus amigos.
Milesiano, após preparar mais poções, vai até a proa do navio.
E encontra Hamilcar espraguejando um pequeno rato, que se esconde no canto da trirreme.
Ao se aproximar, o druida diz.

-O que estas fazendo com esta espada na mão, Hamilcar?
Não vais me dizer que estas com medo deste pequeno roedor?

-Ora, que isso, mestre druida.
Medo de rato, eu?
Não sei de onde este camundongo surgiu.
Só estava vendo se minha espada foi danificada.
Foi meu avô que a forjou.
É um aço muito nobre.
Com licença, mestre, mas acho que vou me retirar.
Estão todos impressionados com a estória  que Sirom está contando.
Imagine quando eu começar a contar a minha estória.
Tudo o que eu passei naquela ilha maldita.
A lua está cheia, e o céu está coberto de estrelas.
Astartéia está nos abençoando com esta noite mágica.
Boa noite, mestre.
Está na hora dos homens ouvirem minha estória.

-Hamilcar?

-Sim mestre.

-Controle teus temores.
Nao deixe o medo te dominar.
É só um pequeno rato.
São apenas ratos, Hamilcar.

-Não sei do que estas falando, mestre druida.

Hamilcar dá as costas para Milesiano, e segue resmungando.
Baltar passa por ele, e sem entender nada, pergunta ao mestre druida.
Que está sentando ao lado da lamparina de Shamballa, iluminado pela chama de Orion. Que ilumina sua túnica branca como um farol de luz azul.

-O que houve com Hamilcar, mestre?
Porque ele ficou furioso daquele jeito?

-Só estava lhe dando um conselho.
Como está vosso pai?

-Está dormindo serenamente.
Que bom que tudo está voltando ao normal, mestre.

-Fomos abençoados, Baltar.
Fomos abençoados.
Quando saímos de Gadir, senti uma presença má na trirreme.
Como se alguma coisa, ou alguém estivesse nos espreitando.
Talvez fosse a sombra da ilha fantasma.
Não sei dizer.
Só sei que agora estamos em paz.
Sinto um alivio ao invés da angustia.
Veja como as estrelas estão brilhantes.
Sinta esta brisa.
É como se o criador nos aflorasse o rosto.

-É realmente uma noite mágica, mestre.
Até agora não consigo acreditar que estamos aqui.
Tudo que vivi nesta ilha fantasma, ainda está em minha mente.
Jamais esquecerei esta aventura.
Como eu gostaria que minha mãe estivesse aqui agora.
Para dividir este momento comigo.

-Esteja onde estiver, ela esta orgulhosa de ti, Baltar.
Estamos indo para ilha sagrada graças a tua força, e tua coragem.
Ela deve estar muito orgulhosa de ti.

-Estamos muito longe, mestre?
Ainda falta muito para chegarmos a Amazon?

-Acredito que mais uns três dias de viagem, e chegaremos.
Não vejo a hora de chegar.

-O que te preocupas, mestre?

-A ilha sagrada corre perigo, Baltar.
Posso sentir.
Aldegaron encontrou uma maneira de entrar na ilha.
Um outro demônio se aliou a ele.
Um demônio conhecedor da magia das trevas.
Desta vez Amazon corre grande perigo.

-Mas e Gavennon?
Ele é o grande guardião da ilha sagrada.
Somente ele pode enfrentar Aldegaron.
Somente ele poderá dar um fim neste mal.

-Gavennon é muito forte, Baltar.
Eu preparei seu espírito e sua mente.
Mas ele ainda não está preparado para enfrentar Aldegaron.
Precisamos chegar a Amazon antes do dragão negro.

-Foi por isso que ele tentou nos impedir, mestre?

-O demônio testou tua coragem e tua força.
O pedido de Jesebel, e a revelação que tive quando estava indo para Goldland, me fazem acreditar, que tua presença na ilha sagrada é muito importante.
Aldegaron sabe disso.
Por isso tentou impedir-te.

-Também tenho está sensação, mestre.
Não sei explicar.
Sinto que tem alguma coisa me esperando em Amazon.
Como se uma força me puxa-se até lá.
Tenho a sensação de que alguém me aguarda.
Mas quem?
Que força é essa, mestre ?
Que sentimento é esse que abriga meu peito?

-A ilha sagrada nos move até ela de maneiras misteriosas.
Todos nós temos nossos tesouros guardados no oceano de nosso íntimo.
A cada um de nós é dada uma missão.
Não existimos por acaso, nada é por acaso.
Acho que é chegada a hora, Baltar.
A hora de conheceres a estória mágica de Amazon.
Quero que chegues á ilha sagrada, sabendo todos seus segredos e suas magias.

Milesiano prepara-se para contar a mágica estória de Amazon para o príncipe.
Que após olhar a chama de Orion, dentro da lamparina de Shamballa.
Um sentimento lhe vem.
Ele então pede para que seu mestre lhe esclareça algo.

-Mestre?

-Diga, filho.

-Anurius disse-me, que eu só conseguiria reascender a chama de Orion nas mãos de ouro, se decifrasse a lamparina.
Há uma frase gravada nela.
Ao percebê-la, eu a li.
Mesmo sem entender seu significado.
Naquele momento, eu senti uma força tomar conta do meu espírito.
Meu coração bateu fortemente.
E como mágica, a chama de Orion surgiu entre as mãos de ouro.
O que significa esta frase, mestre?

-Há sim.
As sábias palavras pronunciadas pelo criador quando ele gerou a chama da vida.

Igni, Natura, Renovatur, Integra.

-E o que significa, mestre?

Milesiano com os olhos lacrimejados, olha para Baltar.
E iluminado pela chama de Orion e o brilho das estrelas, revela a mística frase ao príncipe.

-O fogo renova a natureza incessantemente....


A magia continua em Amazon - A ilha sagrada.

Preparem seus coelbrens! 🔮

The Orion Flame







Alexsandro Ribeiro 🔮

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