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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

A relíquia de Shamballa 👑





Em busca da relíquia de Shamballa 👑


-Vejam!!!
A porta do sepulcro está se abrindo.
É o príncipe Baltar!!!!!
Ele tem alguma coisa nas mãos.
São as chaves do santuário.
Ele conseguiu!!!!
Sabia que tu conseguirias, nobre príncipe.

-As chaves já estão aqui, Jabnit.

-Agora é só acender esta torre maldita e irmos embora.

-Não será tão simples assim, Isthar.

-Como assim?
Tu já não tens as chaves?
Não é só entrar no santuário, buscar a chama de Orion, e acender a torre?

-Precisamos fazer com que a chama de Orion desperte novamente.
E para isso precisamos buscar a relíquia de Shamballa.

Hamilcar também sem entender nada pergunta ao príncipe.

-Relíquia? 
Mas que relíquia é esta, Príncipe Baltar?

-É uma lamparina magica, que o rei da ilha de Shamballa deu a Medicis.
A lamparina está enterrada em baixo da figueira.
No topo da montanha da morte.

Isthar balançando a cabeça de um lado para o outro diz.

-O que estas dizendo?
Que temos que subir naquela montanha escura?
E os demônios?
Os Morfiros.
Anut disse que são os mais cruéis da ilha.
Eles andam com escorpiões em bolsa de couraça, e fazem sacrifícios em uma mesa de pedra. 
Eles tiram os órgãos um a um com um punhal de ouro.
Deixando o coração por último.
Isto é loucura.
Estes demônios são muito perigosos.

-Não temos outra escolha, Isthar.
Sem a lamparina, não há como acender a torre.
Preparem as tochas e as espadas.
Hamilcar!!!!
Tu ainda tens um pedaço daquela corda?

-Sim, ainda tenho um bom pedaço, senhor.
 Mas não iremos conseguir escalar a montanha com ela.

-Não vamos precisar escalar a montanha da morte.
Anurius disse que se entrarmos em uma das cavernas, poderemos subir por dentro.

Isthar mais uma vez retruca.

-Se entrarmos nas cavernas seremos presas fáceis para estes demônios.
Vamos estar nos entregando a morte.

-Isthar, pare de reclamar e acenda logo esta tocha.
Estes demônios não devem ser tão terríveis assim.
O egípcio disse que eram pequenos.
Esmagarei todos com minhas mãos.

-Falar é fácil, Hamilcar.
Se pelos menos eu tivesse um pouco de vinho.

Os homens caminham em direção a montanha da morte.
Baltar vai na frente.
Jabinit afia suas espadas no caminho.
Enquanto Hamilcar desenrola a corda.
E Isthar vem mais atrás inconformado, tentando proteger sua tocha do vento.
A montanha da morte então surgi diante dos olhos dos fenícios.
Baltar tem um mau pressentimento, mas não fala nada.

-Ali, homens!!!
vejam!!!!
Poderemos entrar por aquela caverna.

-Essa montanha parece ser bem mais alta olhando daqui de perto, senhor.

-Tens razão, Jabnit, essa montanha é imensa.

Derrepente, Isthar nota algo estranho no lado esquerdo da trilha, perto da floresta.

-Veja, senhor!!!!
A figueira!!!!
Por Astartéia!!!
O topo da montanha.
Vejam!!!
Se atravessarmos para este lado, chegaremos em cima da montanha.
Vamos!!!!
O que estão esperando?

Baltar então grita.

-Espere, Isthar.
Não atravesse para o outro lado.
Isto está parecendo ser um feitiço.
Olhe a névoa que está se formando.
Isto é uma ilusão, uma armadilha.
Se fosse real, Anurius teria me dito.
Fique onde está, Isthar!!!!!

-Mas, senhor.
Veja!!!!
A figueira está quase ao alcance de nossas mãos.
Não precisamos arriscar nossas vidas enfrentando estes demônios.
É só saltarmos e estaremos no topo da montanha.
Fiquem aqui!!!!
Eu pegarei a lamparina.

-Não, Isthar!!!!!
Não faça isso!!!!
Não pule!!!
Hamilcar, segure-o!!!!

Hamilcar corre tentando impedir Isthar, que salta para o outro lado.
Neste momento, algo terrível acontece.
O céu escurece e os demônios da floresta começam a gritar.
Derrepente, um silêncio se faz, e o sino começa badalar.
Após seis badalos, o sino para, e depois de alguns instantes, um outro sino começa a tocar. Baltar então percebe o que está acontecendo.

- Isthar, saia daí.
O sino já badalou duas vezes.
Ele vai badalar de novo.
O tempo irá se esgotar.
Volte para cá, depressa, Isthar!!!!

Isthar tenta saltar de volta para a trilha, mas um de seus pés se prende nas raízes das árvores retorcidas.
Um novo sino começa a badalar.
Isthar consegue cortar as raízes com sua espada.
E quando o sino aproxima-se do sexto badalo, ele então consegue saltar.
Voltando para trilha.
Ele então percebe que o que ele tinha visto era uma ilusão.

-O que foi que eu fiz?
Perdoe-me, Príncipe Baltar
Só quis ajudar.
Pensei que pulando para o outro lado, chegaria mais rápido até a figueira.
Por Astartéia!!!
Me perdoe, nobre Príncipe

Hamilcar xinga Isthar.

-Agora não adianta se arrepender, Isthar.
Tu és mesmo um estúpido.
Tu não ouvistes as ordens dadas pelo príncipe?
Desperdiçasses três badaladas do sino.
Agora só restam mais três.
Por Astartéia!!!!
Tenho vontade de esmagar tua cabeça.

-Deixe-o, Hamilcar.
Agora não adianta lamentar.
Ele só quis ajudar.
Não percebeu que era um feitiço.
Não podemos perder mais tempo.
Só nos restam três badaladas.
Preparem as espadas.
Vamos entrar na caverna!!!!

Eles corem e chegam até a entrada da caverna.
Jabinit e Hamilcar condenam Isthar com o olhar.
Enquanto isto, na outra extremidade da ilha, Zelgor projeta um novo escudo de proteção, para proteger o navio.
Em volta da trirreme, há milhares de almas escuras, esperando para entrarem. 
Sirom, Matho e Agibal amarram os desacordados.
Milesiano continua dormindo profundamente.
Ele está protegido pelo encantamento do dragão azul.
Ao entrarem na caverna, os fenícios são surpreendidos por um forte vento, que sopra misteriosamente.
Eles então adentram na escuridão.
Hamilcar se preocupa com as tochas que estão se apagando.

- Senhor, este vento maldito está apagando as tochas.
Só tem mais duas tochas acesas, e nós não temos mais galhos nem folhas secas.
Se as tochas apagarem não conseguiremos enxergar mais nada.
Por Astartéia!!!!
Que lugar escuro.
E este cheiro?
É horrível.
Que cheiro é este?

Neste momento a tocha de Jabnit apaga.

- O que houve?

Grita Baltar.

-A tocha de Jabnit apagou-se, senhor.
Agora só resta a minha.

-Este vento está muito forte.
Precisamos chegar até as paredes da caverna.
Hamilcar, não deixe esta tocha apagar.

Isthar tampando o nariz reclama.

-Que fedor.
Por Astartéia!!!
O que tem nesta caverna?

-Isto é enxofre, Isthar.

-Enxofre? 
Isto é pior que enxofre, príncipe Baltar.

-Jabnit?

-Fale, senhor.

-Lembra quando travamos aquela batalha no deserto, contra os bérberes?

-Claro que me lembro.
Nós Invadimos aquele deserto.
Mesmo estando em menor número, vencemos a batalha.
O rei Hannon disse que depois daquela batalha, provamos que os fenícios podiam também dominar o deserto.
Saqueamos todas as mercadorias dos bérberes.
Vendemos todo ouro, o cobre, o sal, e os temperos para os gregos.
Lucramos muito nas costas daqueles nômades do deserto.

-Lembra da batalha, Jabnit?
O que usamos para derrotá-los?
O feitiço que aquele velho persa nos ensinou, quando o acomodamos em nossa trirreme.
Lembra aquelas pedras incandescentes?

-Sim, aquelas pedras eram mágicas.
Elas incendiavam com o fogo.
Os bérberes acharam que nos éramos feiticeiros.
Corremos com eles de lá.

-Aquelas pedras eram enxofre.
Ao contato com o fogo elas inflamam.
Hamilcar!!!!
Traga tua tocha até aqui.
Isthar, Jabnit, catem algumas pedras.

-O que tu vais fazer, senhor?
Não acredito que estas pedras são capazes de pegar fogo.

-Espere e verás, Isthar.
Se as pedras pregarem fogo, tu carregarás duas tochas.

-Depois dizem que eu é que bebo.
Já vi tudo em minha vida.
Mas nunca vi pedra pegar fogo.

Jabnit e Hamilcar começam a rir.
Baltar rasga um pedaço de sua roupa, e enrola duas pedras, as colocando-as na tocha. 
Hamilcar então se aproxima com fogo, e ao encostar-se à tocha de Baltar, esta começa a pegar fogo.

-Não disse que o enxofre pegava fogo, Isthar.

-Por Astartéia!!!!
Tu és um feiticeiro, senhor.
Porque estas cobrindo o rosto?

Jabnit e Hamilcar acendem mais tochas com o enxofre, e também cobrem o nariz.
O príncipe então dá duas tochas á Isthar.

-Acho melhor cobrires o nariz, Isthar.
Se achastes o cheiro do enxofre forte.
Imagine esfumaçado.

-Por Astartéia!!!!
Estas pedras só podem ser do inferno.
Vai ver que é por isso que os Morfiros vivem aqui.

Os fenícios agora estão com o caminho iluminado, apesar do mau cheiro que exala das tochas. 
O espaço de dentro da caverna é enorme.
No teto, há centenas de morcegos pendurados.
Alguns sobrevoam por sobre as tochas.
Seus gritos ecoam como uma sinfonia póstuma.
Os homens então enxergam uma fenda no fundo da caverna.
Derrepente, ouve-se um ruído.

-Vejam aquela fenda.
Há uma luz no fundo.
Pode ser uma passagem para chegarmos até o topo da montanha.

-Que barulho é este, senhor?

-Não sei Hamilcar, parece ruído de ratos.

-Ratos?????
Tem ratos ai dentro?

Isthar aproxima-se e diz.

-Preferia que tivesse serpentes, Hamilcar?
Se não te conhecesses, diria que tu estas com medo dos ratos.

-Olhe o meu tamanho, Isthar.
Achas que um pequeno rato é capaz me assustar?

O ruído aumenta, derrepente, surgem centenas de olhos vermelhos saindo da escuridão.
Jabnit então grita.

-Aqueles ratos não têm nada de pequenos.
São enormes!!!!
Estão vindo para cá.
Por Astartéia!!!!

As ratazanas passam entre as pernas dos fenícios.
O chão parece um mar de ratos.
Os bichos são enormes e nojentos.
O príncipe pede para que os homens não se mexam.

-Não façam nem um movimento.
Se um destes ratos nos atacarem, todos atacaram.

-Eu poderia matar todos com minha espada, senhor.

-Isthar
Por Astartéia!!!!
Guarde esta espada.
Se me desobedeceres de novo, eu cortarei tua cabeça.
Onde está o Hamilcar?

-Estava aqui do meu lado agora mesmo.
Onde aquele grandalhão se meteu?
Olhe, senhor.
Que luz é aquela lá no fundo?
Parece ser uma tocha.
É Hamilcar!!!
Porque ele está correndo daquele jeito?

Isthar como sempre, ironicamente diz.

-Não disse que ele estava com medo.
Imagine, quem acreditaria nisso.
O grandalhão de Sidon.
O grande guerreiro fenício, com medo de ratos.

Os ratos desaparecem.
As gargalhadas de Isthar mistura-se com os gritos dos morcegos.
Hamilcar volta para a entrada da fenda depois de correr como louco.
Ele então disfarça e diz.

-Matei quase todos os malditos.
Os que eu não consegui decepar com minha espada, esmaguei com os pés.

-Estranho, Hamilcar, não estou vendo sangue na tua espada.

- O que estas querendo dizer, Isthar?
Queres ver sangue na minha espada?
Posso mostrar-te se quiseres.

-Homens, parem com isso.
Vejam!!!!
Será fácil escalar esta montanha por dentro.
Há uma outra fenda ali em cima.
Ela deve levar até o topo.
A corda já está pronta, Hamilcar?

-Está pronta, senhor.
Mas esta corda não aquentará o peso de nós quatro.
Teremos que subir um depois do outro.
O que houve, senhor?
Estás bem?

Baltar leva suas mãos á cabeça.

-Minha cabeça está doendo.
A última fez que senti isto, foi quando o maldito sino tocou.

A intuição do príncipe não falha.
O sino soa sua sétima badalada.
O ar se torna mais pesado.
De dentro da caverna, os fenícios vêem a violenta tempestade que está se formando do lado de fora. 
Os raios relampejam e os trovões bradam na ilha fantasma. 
Derrepente, um raio cai na entrada da caverna.
Os relâmpagos projetam estranhas sombras nas paredes.
São figuras sinistras.
Hamilcar fixa seus olhos, e percebe as silhuetas nas sombras.
Que formam corpos magros, com chifres na cabeça, segurando tridentes.

-Vejam!!!!
São os demônios!!!!!
Os Morfiros entraram na caverna.
Por Astartéia!!!!
Deve ter uns duzentos demônios ali.

Os fenícios sacam suas espadas, Jabnit então diz.

-Senhor, só nos restam mais duas badaladas.
Tens que buscar a lamparina.
Vá!!!!!

-Mas e os demônios, Jabnit?
Se ficar, ajudá-los-ei a enfrentá-los.

Hamilcar também se manifesta

-Jabnit tem razão, príncipe Baltar.
Vá enquanto há tempo.
Nós cuidaremos destes demônios.
Vamos distrair estes malditos.
Vá senhor!!!!!
Nós seguiremos logo atraz.

-Quando eu chegar até o topo, amararei a corda na figueira e a jogarei para cá.
Subam os três juntos.
Esta corda é resistente.
Ela vai agüentar.
Que Astartéia os proteja.

Hamilcar com os olhos lacrimejados, diz ao príncipe.

-Nós estaremos bem, senhor.
Vá buscar a lamparina de ouro!!!!

Baltar enrola a corda na cintura e começa a escalar a caverna.
Suas mãos sangram enquanto ele se afirma nas rochas cortantes.
Á sua frente, há uns sessenta metros de escalada.
Ele sobe rapidamente, ignorando os cortes em suas mãos.
Á baixo, os outros guerreiros preparam-se para batalha.
Isthar fazendo malabarismo com a espada, diz a Hamilcar.

-Veja, Hamilcar.
São pigmeus.
São tão magros que é possível enxergar suas costelas.
Anut tinha razão.
São horríveis
Vamos homens!!!!!
Vamos mostrar a estes demônios o fio de nossas espadas fenícias.

-Vou esmagar estes malditos com minhas próprias mãos.
Venha, Jabnit.
Vamos decepar estes miseráveis como fizemos com as Carnigeras.

Os fenícios partem para o confronto.
Hamilcar grita com sua espada em punho, enquanto Jabnit mais atrás, uni suas duas espadas, as afiando.
Isthar caminha firmemente com sua espada na cintura.
Ele dá longas passadas enquanto arregaça as mangas.
Os Morfiros se revelam.
São demônios pequenos, com pouco mais de um metro de altura.
São magros e negros como a noite.
Os demônios tem seis chifres na cabeça e uma calda bem fina.
Seus olhos negros reluzem no aço de seus tridentes, que tem o dobro de seu tamanho. Eles usam uma bolsa de couraça atravessada.
Parece ser couro de porco.
Dentro de cada bolsa há centenas de escorpiões.
Os Morfiros saltam de um lado para outro.
Tentando atingir os fenícios com seus tridentes afiados.
Isthar corre e se lança, deslizando no chão, dando rasteira nos demônios que ao caírem, são decepados por sua espada.
Hamicar pisoteia os pigmeus, esmagando suas cabeças e chutando-os longe.
Jabnit com suas duas espadas unidas, corta as cabeças dos demônios.
Como se estivesse usando uma tesoura.
Um dos morfiros consegue atingir a panturrilha de Hamilcar com o tridente.
Ele grita, e esmaga com as próprias mãos a cabeça do demônio.
Que explode, jorrando sangue em sua cara.
Baltar está há uns dez metros da saída.
Derrepente, ele se desequilibra ao firmar uma das pernas e cai.
Por sorte, o príncipe consegue firmar-se com uma das mãos.
Ele então olha para baixo.
Sabe que se cair morrerá.
O barulho de uma pedra rachando começa estalar em seu ouvido.
A rocha em que ele está pendurado, está prestes a desmoronar.
Ele então balança-se de um lado para o outro, e ao impulsionar-se, salta firmando-se em outra rocha.
Neste momento, seu espírito contagia-se de coragem.
O jovem príncipe escala a caverna confiante.
Seguindo seus instintos, ele então finalmente consegue chegar até o topo.
Ao sair, a dor em suas mãos é logo esquecida após contemplar a mágica figueira que está na sua frente.
A árvore é radiante.
Suas folhas são verdes e douradas.
Até mesmo os figos parecem serem de ouro.
Em volta da figueira há uma intensa luz dourada e iluminada.
Como se fosse a áurea de um anjo.
Baltar senti uma paz ao olhar para ela.
Ele então amarra a corda em seu tronco, lançando sua ponta através da fenda.
O príncipe grita, avisando os outros que podem subir.
Após avisar seus amigos, Baltar volta para figueira e começa a cavar rente a raiz. 
Jabnit percebe que o príncipe conseguira chegar ao topo, e ao ver a corda, grita.

-Vejam!!!!!
O príncipe Baltar conseguiu.
Ele lançou a corda.
Vamos subir!!!!

-Tu sabes que esta corda não aquentará nosso peso, Jabnit.
Temos de subir um por vez.
Vais tu.
Proteja o príncipe Baltar.
Depois eu e Isthar decidimos quem será o próximo.

Jabnit sobe pela corda, enquanto Isthar e Hamilcar lutam com os demônios.
Apesar da distância e da capacidade física de Jabnit, ele chega rapidamente até em cima. Baltar fica feliz ao rever um de seus amigos.

Jabnit, nobre amigo, que bom que estas aqui.
Fico feliz em te ver.
E os outros?
Como estão se virando com os demônios lá em baixo?

-Aqueles pigmeus são terríveis, senhor.
Eles nos atacam em bandos de três ou mais.
Felizmente nossas espadas são afiadas.
Esta é a figueira?
É linda.
Como pode existir uma árvore tão bela e tão cheia de vida nesta terra da morte?

-Jabinit, venha, ajude-me a encontrar a lamparina de ouro.

Jabinit corre em direção a figueira, e sem perder tempo, começa a cavar.
Enquanto Hamilcar e Isthar estão de baixo de mau tempo.
Eles então conseguem fazer uma barreira, colocando pedras na entrada da fenda. Impedindo assim a passagem dos Morfiros.
Porém , estes começam a forçar,  e a barreira vai desfazendo-se.

-Por Astartéia, Isthar.
São muitos.
Não vamos conseguir deter estes demônios.
Os malditos vão conseguir atravessar esta barreira.

-O que estas esperando, Hamilcar?
Suba naquela corda de uma vez.
Salve tua vida.
Vá antes que eu mude de idéia.

-Mas Isthar, não posso deixar-te aqui sozinho, não farei isso.

-Deixe de ser estúpido, grandalhão.
Olhe a entrada da caverna.
Estão vindo mais demônios.
Se nós dois ficarmos aqui, ambos morreremos.
Não podemos subir pela corda juntos.
Só o teu tamanho, vale por três homens.
E mesmo se conseguíssemos, estes demônios iriam tentar nos impedir.
Vá enquanto há tempo,  Hamilcar.
Tu já estas com este ferimento na perna.
Não vais agüentar por muito tempo.
Deixe-me honrar minha morte, salvando meus amigos.
Talvez com isso, Astartéia reserve um bom lugar para mim.
Vá logo grandalhão.
Não me olhe com esta cara.
O que estou fazendo por ti, faria por qualquer outro.

Hamilcar com os olhos lacrimejados e o coração apertado, agradece ao amigo.

-Jamais esquecerei o que estas fazendo por mim.
Nem se eu tivesse todo o ouro do mundo iria conseguir pagar-te.
Obrigado, meu nobre amigo.

- Quando saíres desta ilha maldita, prometa-me que tomarás todo o vinho que existe, e te deitarás com todas as belas mulheres que vires.

-Prometo que honrarei esta promessa.

Neste momento, as pedras desmoronam.
Os Morfiros conseguem desfazer a barreira.
Isthar então grita.

-Vá, Hamilcar!!!!!
Suba nessa maldita corda.
Demônios miseráveis!!!!!
Só irei me entregar depois de morto.
Podem vir seus malditos!!!
Venham sentir a ira da minha espada!!

Hamilcar sobe pela corda, enquanto Isthar está tomado por uma força misteriosa, como se estivesse possuído. 
Ele golpeia com sua espada, matando vários Morfiros ao mesmo tempo. 
O guerreiro fenício os chuta, os soqueia, e até a dentada os mata. 
Enquanto Isthar é tomado pela fúria e Hamilcar sobe arduamente, Baltar encontra a relíquia na figueira.

-Olhe, Jabnit.
Encontrei, a lamparina!!!!
Está aqui.
É mesmo uma relíquia.

-Por Astartéia, é ouro puro, senhor.
O que é isto gravado nela?
São iniciais?

-Parecem símbolos, não sei, está em outro dialeto.

Baltar senti um arrepio em todo seu corpo
E um misterioso calor sobe por sua coluna, ao olhar as inicias gravadas na lamparina. Formadas pelas letras I, N, R, I.
Derrepente, são surpreendidos por um berro.

-Me ajudemmmm...

-É Hamilcar!!!!!
Por Astartéia!!!
O que aconteceu?
Jabnit, vá ver o que houve.

Jabnit corre em direção a fenda e vê Hanilcar subindo.
Ele nota que a corda está arrebentando com o peso do amigo.
Hamilcar está apavorado.
Ele não consegue mover nenhum músculo.

-Venha, Hamilcar.
Se ficares ai parado, vais cair.

-A corda está arrebentando,  Jabnit.
Não vou conseguir subir.

-Tu estas quase perto, homem.
Não desista agora.
Chegue ao alcance da minha mão, então te segurarei.

Hamilcar fecha os olhos e respira profundamente, ele então retorna a subir.
A corda estala e começa a desfiar.
Baltar aproxima-se e vai ver o que está acontecendo.

-O que houve com Hamilcar?
Porque eles estão demorando a subir.

-A corda está rompendo, senhor.
Hamilcar vai cair!!!!
Isthar ainda está lá com os demônio.
Ele também não vai conseguir subir.

-O que estas dizendo?
Por Astartéia!!!!
Hamilcar, venha, rápido.
Não olhe para baixo.
Suba!!!!
Tu vais conseguir.

Jabnit se dispõem a salvar o amigo.

-Segure minhas pernas, senhor.
Vou tentar puxar Hamilcar.

Baltar entrelaça suas pernas na base da corda que está amarrada ao tronco da figueira. 
Ele então segura as pernas de Jabnit, que lança a metade de seu corpo para dentro da fenda. 
Hamilcar sobe incansavelmente.
Ele está se aproximando de Jabnit.
Estão quase conseguindo encostarem-se as mãos.
Derrepente, a corda arrebenta.
Hamilcar grita, mas Jabnit consegue segura-lo.
Baltar faz uma força tremenda para suportar o peso.
Ele sabe que se soltar as pernas de Jabnit, os dois cairão.
O príncipe se desespera.
Não está suportando a dor em seus braços.
Ele então olha para lamparina que está no chão.
Derrepente, uma luz misteriosa surgi na lamparina.
E as inicias que estão gravadas nela começam a transcenderem-se.
Alguma coisa começa acontecer.
Cada uma das letras projetadas, transforma-se em um guerreiro em forma de energia. 
O príncipe fenício não consegue acreditar no que está vendo.
Á sua frente há quatro guerreiros.
Um de fogo, um de terra, um de ar, e um de água.
Eles são seres altos e brilhantes.
Parecem anjos iluminados.
O ser de fogo segura uma espada.
O ser de terra segura um machado.
O ser de ar segura um arco
E o ser de água segura uma lança.
No peito de cada um há uma estrela de cinco pontas desenhada.
Em suas testas há um símbolo,  representando suas respectivas ordens.
Os guerreiros então se aproximam de Baltar, e ajudam-no a puxar Jabnit e Hamilcar. 
Após ajudarem, eles se despedem do príncipe fazendo o sinal das três doutrinas.
E através de uma magia, voltam para a lamparina.

-Jabnit, Hamilcar, vocês estão bem?

-Senhor, quando me puxastes, parecia que estavas com a força de cem homens.

-Foi a lamparina, Jabnit.
Ela é realmente mágica.
As quatro iniciais transformaram-se em quatro guerreiros iluminados.
Pareciam anjos.
Nunca havia visto uma magia como esta.
Eles pareciam Deuses.

Hamilcar agradece seus amigos.

-Obrigado por me salvarem, mas não sei se minha vida valerá a pena.
Se a corda não tivesse arrebentado com meu peso, Isthar teria uma chance para subir. 
Eu só vim porque ele insistiu muito.
Entregou sua vida pela minha.

-Os demônios o pegaram?

Pergunta Baltar.

-Enquanto subia, eu vi tudo, senhor.
Isthar estava enfurecido, lutando com aqueles demônios.
A última vez que o vi lutar assim, foi quando ele tomou um barriu inteiro de vinho. 
Ele os golpeava e os chutava.
Parecia possuído.
Matava cinco, seis ao mesmo tempo.
Derrepente, os Morfiros surgiram com uma erva daninha.
Quanto mais ele matava, mais apareciam.
Isthar então caiu.
Foi horrível.
Os demônios largaram os escorpiões em cima dele.
Ele tentava gritar, mas não conseguia.
Seu corpo todo começou a tremer, até que paralisou com o veneno dos escorpiões.
Os demônios então o amarraram e o levaram.
Devem estar levando ele para a mesa de pedra, para ser sacrificado.

-Isthar sempre foi esperto.
Ele sempre conseguiu enganar a morte.
Não sei explicar, Hamilcar.
Mas alguma coisa me diz que vamos vê-lo novamente.

-Que tuas palavras se concretizem, senhor.
Que luz é aquela vindo ali da floresta?
Parece um templo.
Veja!!!!!
A cúpula é toda de cristal.
Não me recordo de tê-lo visto quando passamos pela floresta retorcida.

-Aquele é o santuário, Hamilcar.
Não está muito longe.

-Mas como faremos para descer até lá, senhor?

Jabnit que estava do outro lado, aparece com uma boa notícia.

-Senhor, encontrei uma ponte que liga os dois lados do penhasco.
Ela está do lado da montanha.
Se á atravessarmos, chegaremos mais rápido até o santuário.

Baltar então diz:

-Vamos até lá!!!
Não podemos perder mais tempo.
Está na hora de acender esta torre.

Baltar pega a lamparina de Shamballa e a põem na cintura, amarrada em um pedaço de corda. 
Eles então correm até a ponte.
O jovem príncipe mais uma vez tem um mau pressentimento.
Só que desta vez, o medo aflige sua alma.
Um calafrio lhe sobe a espinha em cada passo.
Derrepente, o céu escurece e o sino toca sua oitava badalada.
Os assovios que os ventos fazem dentro da floresta retorcida, ecoam onde eles estão.
A ponte de madeira começa a balançar de um lado para outro, impossibilitando a passagem. 
Mesmo assim, Baltar está disposto a atravessá-la.
A coragem do príncipe encoraja Jabnit e Hamilcar.
Que seguem logo atrás de Baltar.
Com muito esforço, eles conseguem chegar até a metade da ponte.
Que não para de balançar.
Em baixo, há um abismo escuro e sombrio.
Derrepente, ouvisse um brado ensurdecedor.
Eis que então, o pior acontece.
Baltar segurando-se nas cordas trançadas na ponte, olha e treme de medo.
O frio em sua alma, refrigera seu coração.
O pior pesadelo está diante de seus olhos, vindo em sua direção.
Ele está o vendo pela primeira vez.
Mas a sensação que lhe vem a alma, é como se já o conhecesse.
O demônio abre suas asas e cospe fogo no céu, mostrando toda sua maldade.
Jabnit e Hamilcar também estão afoitos.
Não conseguem acreditar no que está diante de seus olhos.
Aldegaron está vindo em direção a ponte.
O dragão negro segura seu cetro da morte, e prepara sua calda como se fosse dar uma ferroada.
Jabnit, desesperado, grita.

-Por Astartéia!!!!
O dragão negro foi libertado.
O senhor dos exércitos das trevas está vindo para cá.
Vamos morrer!!!!!!
O demônio nos levará para o inferno.

Hamilcar também se desespera.

-O que estas dizendo, Jabnit?
Este demônio negro é Aldegaron?
Por Astartéia!!!!
Ele é horrível.
Sua cabeça parece a cabeça de uma serpente.
É imenso.
Vejam!!!!
Sua calda, é igual a de um escorpião.
Diga que isto não é verdade.
Diga que ele não está vindo para cá.
O maligno está se aproximando.
Cuidado, príncipe Baltar!!!
Proteja-se!!!!
Segurem firme nas cordas.
Aconteça o que acontecer, não larguem esta ponte.

Aldegaron voa em direção a ponte.
O demônio então ergue seu cetro e a corta bem no centro.
Ao partir no meio, um dos lados da ponte cai no abismo escuro.
Por sorte os fenícios estavam no outro lado.
Que por milagre ainda está sustentado pelas cordas.
O dragão negro brada vorazmente, formando o símbolo do mal com suas labaredas de fogo. 
Ele então volta para completar sua crueldade.
Os guerreiros escalam o lado da ponte que está se desprendendo das cordas.
Baltar sabe que não conseguirão chegar a tempo em cima do precipício.
Os bambus que formam a ponte começam a desmoronar.
O príncipe então vê uma fenda do lado do precipício.

-Hamilcar, Jabnit, vejam!!!!!
Tem uma abertura logo ali em cima.
Parece uma caverna.
Vamos homens!!!!!
Apressem-se!!!!
Talvez consigamos entrar antes que esta ponte desmorone.

-Senhor, sinto em lhe dizer, mas Aldegaron está voltando.

-Não olhem para o demônio.
Não desistamos.
Nós vamos conseguir.
Já estamos quase chegando.

Baltar consegue entrar na caverna embrenhada nas paredes do precipício.
Por sua vez entram Hamilcar e Jabnit.
Ao entrarem, a ponte desmorona e se lança no abismo.
O demônio enfurece-se.
Seus grunhidos parecem laminas nos ouvidos.
O dragão negro então voa em direção a caverna.
Jabnit então grita.

-Aldegaron está vindo para cá!!!!
O demônio nos viu entrar na caverna.
O que faremos, senhor?

- A montanha é oca.
Esta caverna é igual a outra.
Vejam!!!!!
Tem uma fenda ali em cima.
Não será difícil alcançá-la.
Se tu me levantares, eu conseguirei alcança-la, Hamilcar.
Por Astartéia!!!!
O demônio vai cuspir fogo aqui dentro.
Depressa, encostem-se na parede.

Aldegaron lança uma bola de fogo dentro da caverna.
As labaredas quase atingem os fenícios.
Que estão grudados na parede, incandescente pelo enxofre.
Baltar então percebe uma estranha luz que começa a sair da lamparina.
O príncipe então corre até a entrada da caverna.

Jabnit, grita desesperado.

-Onde vais, senhor.
Estas louco?
O dragão está voltando.
Ele vai incendiar esta caverna de novo.
As paredes estão desmoronando, e o enxofre começou a pegar fogo.
O que vais fazer?

-A lamparina!!!!
Eu posso sentir.
Subam!!!!
Eu vou deter Aldegaron.

Baltar segura a lamparina na entrada da caverna.
Que começa desmoronar.
Hamilcar não consegue levantar Jabnit para que ele alcance a fenda.
Aldegaron aproxima-se preparando-se para atacar.
A montanha da morte começa a trepidar.
Derrepente, um tridente surgi na fenda.
Hamilcar então grita.

-Os Morfiros!!!!!
Eles vão atravessar a fenda.

-Não são os Morfiros, Hamilcar
Veja!!!!
Aquele não é um braço de um demônio.

-Estes braceletes?
Eu já os vi antes.

O estranho então diz:

-Venham logo, seus fenícios estúpidos.

-Anut?
Veja, Jabnit, é Anut!!!
O egípcio está vivo.

-Se querem salvar suas vidas, subam logo.

Hamilcar sobe.
Ao subir, ele então abaixa mais o tridente, para que Jabnit possa alcançá-lo.

-Príncipe Baltar, venha.
Anut está aqui.
Ele está nos ajudando a sair.

-Suba, Jabnit, estou indo logo atrás.

Jabnit segura o tridente e é puxado por Hamilcar.
Ele então pergunta ao egípcio.

-Anut, como conseguiu livrar-te das Carnigeras?

-Não tenho tempo para contar estórias agora,  fenício.
Vão!!!!!!
Pulem para aquele outro penhasco.
Estarão a salvos, ali.
Se ficarem aqui, o peso fará com que esta fenda desmorone.
Vão logo!!!!
Eu salvarei o príncipe.

Hamilcar e Jabnit pulam do penhasco, chegando ao outro lado da montanha. Aldegaron chega até entrada da caverna.
E ao tomar fôlego para incendiá-la, é surpreendido por Baltar.
Que salta á sua frente.
O príncipe então ergue a lamparina, que está emergindo uma luz azul e brilhante.
O dragão negro lança a bola de fogo.
O príncipe é jogado para traz, protegido por um imenso escudo de energia.
As paredes da caverna estão cada vez mais incandescestes.
Baltar recuperando-se do impacto, tem uma surpresa ao ouvir uma velha voz conhecida.

-Tua resistência é realmente invejável, fenício.

-Anut?
Mas tu não foi levado pelas Carnigeras?
Como conseguiste escapar?

-Suba no tridente, Baltar.
Esta montanha vai desmoronar.
Venha logo!!!!!!

Neste momento surgi Aldegaron, que chicoteia as paredes da caverna, com sua calda pontiaguda. 
Fazendo com que comece a desmoronar.
Anut se desequilibra, deixando cair o tridente.
Ele então grita para o príncipe, que se protege das pedras que estão caindo.

-A lamparina?
Dei-me a lamparina, fenício.
Jogue-a, rápido!!!

-O que, Anut?

-Prove que é um nobre guerreiro.
Dei-me a lamparina, para que eu possa acender a torre e salvar nossas vidas.

-Mas esta missão é minha, Anut.
Eu devo acender a torre.

-E como achas que vai conseguir, fenício?
Veja!!!
Aldegaron está voltando.
Ele vai matar-te.
Deixe de ser egoísta, fenício.
Pelo menos de uma chance para que teus amigos possam se salvar.
Vamos!!! Jogue-a, rápido.

Baltar senti a dúvida invadir sua consciência.
Ele então olha para lamparina, que mais uma vez transcende as quatro inicias, que refletem nas paredes da caverna.
Uma força toma conta de seu espírito, transformando sua dúvida em certeza.
Ele então responde ao egípcio.

-Esta missão foi predestinada a mim, Anut.
Eu buscarei a chama de Orion!!!

-Te condenaste a morte, fenício.
Breve nos encontraremos nas portas do inferno.

A montanha desmorona.
Anut corre e consegue pular o penhasco, chegando do outro lado.
Baltar corre até a entrada da caverna com a lamparina nas mãos.
Aldegaron prepara-se para seu golpe final.
No outro lado da montanha, Jabnit e Hamilcar pressionam Anut.

-Onde está o príncipe?

-Ele quis entregar-se a morte,  Jabnit.
E condenou a todos nós por não querer me entregar a lamparina de ouro.
Ainda tínhamos uma esperança.
Poderíamos acender a torre.

Hamilcar parte para cima de Anut .

-O que estas dizendo, egípcio?
Que o príncipe não é nobre?

Jabnit então grita.

-Vejam!!!!!
Aldegaron!!!!!
O demônio está destruindo a caverna.
Por Astartéia!!!!
 O que o príncipe está fazendo, parado na frente dele?

Aldegaron aproxima-se e inclina sua calda.
Baltar fecha os olhos, enquanto segura fortemente a lamparina.
O demônio então abate a caverna, a destruindo por inteira.
A poeira negra mistura-se ao vermelho do enxofre incandescido.
Jabnit do outro lado, se desespera e grita.

-Príncipe Baltar!!!!!!!
Nãooooooooooo!!!!!

Derrepente, uma luz branca surgi no meio da fumaça.
Jabnit e Hamilcar não acreditam no que vêem.
Baltar flutua no ar, e em suas costas surgem duas asas iluminadas.
O dragão negro brada enfurecido.
O príncipe então saca uma espada de fogo de dentro da lamparina, e a segura como um escudo, projetando as quatro inicias que se unem, formando um imenso pentagrama de luz. 
A luz intensa e poderosa que sai da estrela, cega os olhos do demônio, impedindo-o de se aproximar do príncipe.
Aldegaron então abre um portal com seu cetro.
Antes de atravessar a fenda, o dragão negro mira Baltar com seus olhos de fúria.
E após atravessar o portal, ele desaparece.

-O príncipe conseguiu.
Ele expulsou Aldegaron.
Veja, Hamilcar.
Baltar parece um anjo com aquelas asas.
Ele é o escolhido.
Só ele poderá acender a torre.
Só ele poderá despertar a chama de Orion.
Solte Anut, Hamilcar.
Ele nos salvou.

-Nunca mais duvide da coragem do príncipe.
Ele é um nobre guerreiro.
Algo que tu jamais serás, Anut.

-Não conte com isso fenício, ele ainda não acendeu a torre.

Baltar voa em direção ao penhasco e diz a os seus amigos.

-Homens, me esperem na torre.
Vou até o santuário buscar a chama de Orion.

-Mas senhor, como fará para chegar até a torre?
Só resta mais uma badalada, e a distância entre o santuário e a torre é muito grande.

-Anurius disse que existe uma câmara secreta dentro do santuário.
É um atalho, que levará mais rápido até a torre.
Encontrarei esta câmara e então seguirei.
Nos encontraremos lá.
Acreditem, prometo que sairemos desta ilha.
Agora vão!!!!
Protejam-se.
Que Astartéia os acompanhem.

Baltar bate as asas e voa em direção ao santuário, enquanto Jabnit, Hamilcar e Anut descem o desfiladeiro.
Uma última esperança renasce em seus corações ao verem o príncipe se aproximar do santuário.
Ele está voando contra o tempo, buscando a última esperança que lhes restam.
Ele está indo em busca da chama de Orion.

The Orion Flame 








Alexsandro Ribeiro 🔮

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