O elefante caminhava pelas ruas
E todos olhavam para ele com desdenho
Onde está indo esse elefante?
Perguntavam uns aos outros
Como se o elefante fosse uma criatura horrenda
Maldito seja esse elefante!!
Gritavam as pessoas, indignadas
Incomodadas com sua presença
Assustado, o elefante apertou o passo
Ele olhava com os olhos lagrimejados
E só enxergava ódio no olhar daquelas pessoas
Porque me olham assim? Pensou ele
O que eu fiz de errado?
Será que sou tão diferente delas?
O elefante seguia
Sem entender o motivo
De todo aquele ódio
Por onde ele passava
As pessoas se afastavam
E o ofendiam
Com palavras pesadas
Uma angustia foi tomando
Seu peito
Fazendo-o diminuir o passo
Ele então olhou para traz
Como num último
Pulso de esperança
E ao não enxergar nada
Além de maldade
Fechou os olhos
E se jogou na frente
Do primeiro caminhão que
Passou na estrada
Todos ficaram indignados
Com o elefante
Algumas pessoas
Se aproximaram para
Ver o imenso cadáver
Extirpado no chão
Der repente
Aglomerou-se um número
Grande de pessoas
Um padre fez o sinal da cruz
Um advogado afloxou o nó da gravata
E um garotinho apontando para o peito
Aberto do elefante, disse:
-Veja mamãe, como era grande o coração dele!
Crónicas pesadas para o mundo moderno!
Alexsandro Ribeiro.
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