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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

A chama sagrada 🔥👑





Emergindo o fogo sagrado 🔥👑


Ao pousar, Baltar senti um arrepio em seu corpo.
Ele está diante da entrada do santuário.
Suas asas desaparecem como mágica, ao adentrar no saguão.
A porta que leva até as mãos de ouro está ao fundo.
O príncipe senti uma presença estranha, uma presença má.
Derrepente, o saguão começa escurecer.
As velas dos castiçais se apagam como se alguém estivesse as assoprando.
Um vento misterioso e gelado assovia entre as paredes de mármore.
Que são tomadas pelas sombras escuras e sombrias que vão surgindo, junto as vozes e sussurros.
Uma harpa que está no final do corredor, começa a tocar misteriosamente.
Baltar senti um calafrio, como se algo ou alguma coisa passasse por entre ele.
As vozes aumentam.
Parecem lamentações, gemidos de dor e sofrimento.
Um gosto de fel lhe vem a boca e um enjôo lhe toma o estômago.
O príncipe fica parado.
O medo invade sua alma.
Ele respira profundamente, e em cada suspiro algo lhe passa sobre as vistas.
São fantasmas.
Mesmo de olhos fechados, ele vê os espíritos se aproximando com seus espectros cadavéricos e horripilantes.
O medo lhe aterroriza, paralisa seus músculos.
Derrepente, uma voz tépida lhe vem ao ouvido.

-Dei-me a luz......dei-me a luzzzzzz....

Baltar tampa seus ouvidos, deixando cair a lamparina.
Ao olhar para baixo, ele tem uma visão assustadora.
Há varias almas rastejando no chão, tentando puxa-lo para baixo.
Um forte vento sopra dentro do saguão, e as paredes de mármore começam a rachar. Criaturas sombrias saem de dentro das fendas, que vão se abrindo lentamente. e
Ecoando gritos e gemidos.
O coração de Baltar dispara ao ver os fantasmas sobrevoando o teto do saguão.
Ele então olha para a lamparina no chão.
Uma luz azul e cintilante brilha dentro dela.
O príncipe a pega, e ao levanta-la ao colo, eis que surgi um pentagrama iluminado. 
Ele fica no meio da estrela de cinco pontas, que o protege como um escudo de energia. Os fantasmas se aproximam.
O medo ainda lhe aflige a alma.
Ele percebe que quanto mais medo sente, mais o pentagrama se apaga, deixando com que os espíritos se aproximem. 
Baltar então segura a lamparina, e depois de um longo suspiro, segue adiante.
Á cada passo, o pentagrama ilumina-se, fortalecendo o escudo de energia.
A luz que emerge da estrela é tão forte e tão luminosa, que afasta os fantasmas. 
Fazendo com que o príncipe chegue rapidamente até a porta do santuário.
Baltar então pega as chaves de ouro em forma de serpentes, e as coloca nas duas fechaduras. 
Uma em cima, a esquerda, e a outra em baixo, a direita.
Ao girar as chaves, a porta se abre.
O santuário não é muito grande.
Está todo iluminado pela brancura de suas paredes,  e de seu teto, todo de cristal.
Os vitrais da cúpula são azuis, coberto de símbolos e desenhos.
O chão é coberto por um piso de ouro e esmeraldas.
Nas paredes, há vários desenhos que foram feitos pelos atlantes, contando a historia da Deusa Orion.
Baltar fica encantado com a beleza do santuário.
Cada passo que dá em direção ao centro, seu espírito contagia-se de brio e força.
Eis que então, surgi em meio as luzes e o reflexo do ouro.
O pilar de mármore.
A coluna tem uns três metros de altura, e brota do chão como uma árvore de pedra. Em baixo do pilar, há um anel com lírios esculpidos.
O príncipe olha de baixo para cima, e ao focar sua visão no centro, vê as duas mãos de ouro, unidas como se estivesse ofertando o grande saber.
Ele emociona-se ao ver tamanha magnitude.
Baltar aproxima-se das mãos de ouro, e lembra de que Anurios lhe falara, que somente a lamparina poderia reacender a chama de Orion.
O príncipe então olha para a relíquia de Shamballa, a virando de todos os lados, tentando encontrar algo.
Alguma coisa que faça reacender a chama nas mãos de ouro.
Baltar então fixa seus olhos, e nota que as misteriosas iniciais gravadas na lamparina começam a reluzir.
As quatro letras se projetam no teto.
Ao olhar para cima, o príncipe as vê projetadas, na mesma ordem que estão na lamparina.

I N R I

Baltar fica intrigado.
Ele olha para as mãos de ouro, mas nada acontece.
Ele põem-se a pensar, tentando decifrar o misterioso enigma.
Então percebe que a lamparina está esquentando, bem onde as inicias estão gravadas. 
E nota um gorduroso óleo que surgi entre as letras.
Parece azeite de oliva.
Baltar passa seu dedo, tirando o excesso de óleo que surgira.
Eis que então, as iniciais revelam uma frase.
O príncipe a lê, mas não compreende aquele escrita.
Nunca vira aquelas palavras antes.
Neste momento, ele se desespera por não conseguir decifrar a misteriosa frase.
E ao mesmo tempo é tomado por uma força poderosa.
Baltar fecha seus olhos, e após um longo suspiro, os abre lentamente.
Ele então lê palavra por palavra.
Mesmo sem compreender, as recita, completando a misteriosa frase.
Neste momento, Baltar senti um calor subir por sua coluna.
Um zumbido lhe vem aos ouvidos, e seu corpo começa a formigar.
Uma intensa e mágica luz surgi no pilar.
Uma luz azul e cintilante.
Baltar olha fixamente para as mãos de ouro.
E lentamente a chama de Orion vai surgindo.
Um fogo azul e brilhante.
Os olhos do príncipe lacrimejam diante daquela magia.
Ele então ajoelha-se agradecido.
Seu espírito enche-se de luz, ao sentir o suspiro do criador.
A chama azul ilumina todo o santuário como uma luz divina.
Ele então percebe que deve prosseguir com sua missão.
Baltar pega a lamparina e a abre aproximando-a das mãos de ouro.
Que como mágica, leva a chama de Orion até ela.
O fogo sagrado ilumina-se dentro da lamparina, que o protege como uma guardiã. Baltar mais uma vez se lembra das palavras de Anurius.
Que lhe dissera que o pilar guardava uma câmara secreta que o levaria mais rápido até a torre. 
O príncipe então olha em volta do pilar, tentando encontrar os símbolos que Anurius lhe falara.
Derrepente, os símbolos começam a surgir.
Ele sabe que somente um dos símbolos revelará a câmara.
E se escolher o símbolo errado, esta não vai se revelar.
Ele olha atentamente para o pilar.
São vários símbolos, um diferente do outro.
Eles aparecem e desaparecem, e vão mudando de lugar.
O suor que lhe vem a testa, atrapalha sua concentração.
Ele olha para a lamparina, olha para a chama emergida nas mãos de ouro.
E mais uma vez fixa seus olhos  no pilar.
E percebe um símbolo que lhe chama a atenção.
Ele franje a testa e aperta os olhos, tentando se lembrar de onde teria visto aquele misterioso símbolo.
Uma cruz de asas virada para cima.
Baltar olha fixamente para o símbolo.
Que diferente dos outros, não desaparece mais.
A cruz de asas está a um palmo das mãos de ouro.
O príncipe não tem mais dúvidas.
Ele conhece aquele símbolo.
Ele já o vira antes.
Com a certeza invadindo sua alma, ele aproxima-se do pilar.
E ao levar sua mão ao símbolo, este desaparece.
Um silêncio se faz neste momento.
Um pensamento lhe vem.

-Por Astartéia!!!!
Escolhi o símbolo errado!!!!

Neste momento, o silencio é rompido por um estrondoso barulho que sai da parte de baixo do pilar.
Baltar percebe que o chão está se movendo.
Ele então pega a lamparina e se afasta.
Notando que o piso em volta do pilar está formando degraus.
Em poucos segundos, surgi á sua frente, uma escada em forma de espiral, direcionada para baixo.
O príncipe contagia-se de alegria ao ter escolhido o símbolo certo.
Ele então, eufórico, começa descer a escada.
A escuridão é iluminada pela chama de Orion, enquanto ele desce degrau por degrau. 
É uma árdua descida.
Parece que a escadaria não tem fim.
Mesmo cansado e ofegante, Baltar desce incessantemente.
Ele então percebe que sua caminhada está chegando ao fim.
O espiral diminui de tamanho, revelando um gigantesca câmara.
Baltar não consegue acreditar.
Chegou até a câmara secreta que Anurios lhe falara.
A câmara é imensa, fria e escura.
Além dos ecos dos morcegos, Baltar percebe o barulho das gotas de água que escorrem das estalactites, gotejando no chão.
Ele então estranha o barulho de água corrente que surgi mais á frente.
O príncipe segue iluminado pela lamparina.
Que clareia as paredes da câmara, revelando inúmeras teias de aranha.
Ele então nota que algumas são sopradas pelo vento, e segue a corrente de ar.
O barulho de água corrente aumenta, a medida em que ele se aproxima do som.
Eis que então, a chama de Orion revela um rio subterrâneo, que passa por dentro da câmara. 
Baltar aproxima-se do rio, enquanto um barulho de madeira batendo, aumenta constantemente.
Ao erguer seu braço com a lamparina, ele então percebe uma gôndola.
Um pequeno barco, amarrado á um poste,  na beira do rio.
O príncipe entra na gôndola, colocando a lamparina á sua frente, e começa a remar. Ele não precisa fazer muito esforço para com o remo.
Pois a água do riu corre fortemente.
Usa-o apenas para equilibrar o barco.
O barulho dos morcegos aumentam.
E a lamparina revela um imenso túnel á sua frente.
Enquanto a gôndola adentra no túnel, Baltar encolhe-se de frio.
Esfregando os braços, e assoprando as mãos.
Á sua frente, há apenas a escuridão.
Por alguns segundos, o barulho das águas correntes lhe pesam os olhos.
Mas o sono não lhe pega.
Baltar está ansioso.
Ele sabe que as águas o levarão para seu destino.
Enquanto o príncipe adentra no breu escuro.
Jabint, Hamilcar e Anut, depois de descerem o desfiladeiro, chegam a entrada da floresta retorcida.

The Orion Flame








Alexsandro Ribeiro 🔮

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