O Colibri e a Rosa ✒📃
Debruçou-se á cama, a linda rosa desnuda
Um imensurável nome em sua lÃngua se pronunciava
Enrolada na seda vermelha impregnada de luxúria
Encontrava-se ela, extasiada, plena, e nua
Vertiginei á paixão ali arrebatada
Descontrolando-me numa fúria furiosa
Lentamente perdia os sentidos, aos poucos morria
Como um pássaro minhas asas abria
Beijando seus lábios de rosa
Delicie-me naquele jardim de delicias
Cultivando nela os espinhos das flores
Seus lábios me beijavam cobertos de malÃcias
Em seu corpo formoso, suspiros e ardores
Entregava-se plenamente, naquele leito de amores
Vampira ✒📃
Torpe como um veneno dado de tua boca
Envenenando meu coração dilacerado
Há dentro deste peito uma vontade louca
De sangrar nesses lábios envenenados
Numa mordida dilacerante tão profunda
No qual dolorosamente o sangue inunda
O chão exuberante do teu quarto
Se derramo meu sangue docemente como falo
Não será só minha esta fuga
Pois o amor em mim não é tortura
E sim de fato uma aventura
Ah! Como seria? Ah! Meu Deus, como seria?
Morrer em tuas presas de vampira
Entorpecido de amor em tua cintura
Almas Gêmeas ✒📃
Amo-te tanto, que para descrever tal sentimento
Sou capaz de traduzir a palavra mais bela que existe
Só para ficar gravado por um único momento
Dentro do teu coração, como um pavão que se exibe
E qual palavra seria mais bonita que a palavra dos anjos?
Pois lhe digo, amada minha, não há palavra mais bonita
Veja aqui tudo que restou ao longo desses anos
Quando traçamos nossos destinos em um único encontro
Somos um do outro, isto é um fato consumado
E mesmo se não tivéssemos nos encontrado neste tempo
Em um outro mundo, em outra vida, terÃamos nosso momento
Somos duas almas que se encontram casualmente, eternamente
Somos duas estrelas que dançam em volta do sol, infinitamente
DifÃcil é quando não te encontro, e se encontro, não te vejo
Linhas da Criação ✒📃
Olhos de Tesla veem a eletricidade
Nos pilares da criação
Nebulosas que se expandem com facilidade
Nos confins da escuridão
Onde uma pequena anã brilha luminosa
Dançando com os cometas e as super-novas
Que surgem como diamantes na expansão
E os Galileus Galileis á sorrirem com seus telescópios
Enquanto as mãos do criador se abrem
Deixando mais espaços na imensidão
Os Newtons formulam, enquanto os Einsteins calculam
A misteriosa fórmula da criação
Que fórmula é esta que tanto procuram?E porque procuram?
Se já está gravada nas linhas da nossa mão
A Nova Sentença ✒📃
Ela chega sorrateiramente com seu véu da morte
Sentenciando cruelmente com sua Ãmpia armadura
Condenando os novos doentes de sul a norte
A nova peste negra embala seus mortos em sua tortura
Seria esta a nova gripe espanhola?
Não há vacina, não há cura, talvez não haja sorte
EstarÃamos todos condenados á morte?
Pelas próprias mãos do homem que se julga tão forte
É esperar para ver, e talvez assim crer
Que a cura possa vir nas asas de um anjo
Ou quem sabe nas mãos de algum otimista
Que consiga vencer a força furiosa da natureza
E saber que foi das nossas próprias mãos
Que fomos condenados á esta sentença
Temperanças ✒📃
Mulheres com suas temperanças
Me tiraram o absinto da garganta
Quando me acalentava nas horas amargas
Tentando remeter-me á esperança
Pequenos castelos desmoronados na areia
Levados pelas ondas de um mar traiçoeiro
Ainda havia sonhos á serem sonhados
E momentos passageiros
Que talvez tivesse ao longo de uma vida
Mesmo com destroços e feridas
Viveria cada momento
Como um pássaro que se remete ao horizonte
Chegaria ao firmamento
Mesmo sabendo que o horizonte não tem fim
Epicentro ✒📃
Duas montanhas se colocam á minha frente
E com minhas mãos acaricio seus cumes
Lentamente o vulcão se torna mais quente
Acariciando-me com suas lavas escumes
Tirando de seu epicentro o magma incandescido
Provocando terremotos e tremores
Sentindo sentidos que ainda não foram sentidos
Sentimentos de desejos e de amores
É no fremir das mãos que os corpos dançam
Como se estivessem num jardim coberto de magmas
Onde a lava mistura-se ao perfume e aos ardores
De dois corpos que se amam
E o amor ali declamam
De um livro sem palavras
Amor Navegador ✒📃
Esse amor no meu peito se vai
Como uma lágrima que se lança ao abismo
Um velho barco lançado no mar
Perdido e sem abrigo
Que navega em ondas solitárias
Em volto á tempestades e tufões
Carregando sua carcaça esmigalhada
DestruÃda por ferozes corações
Corações que machucam sem querer
Ou querer talvez para não sofrer
Apenas frágeis corações á se defender
Do meu amor navegador, sem direção, sem pouso
Que está sempre á deriva, nas ondas da vida
Em busca de algum porto
Pior que Amar é Sofrer ✒📃
É claro que amar é sofrer
Pois o amor fantasia os sonhos
De todo o bem querer
Perturbando com seus assombros
A doce tortura de viver
Amando ou sendo amado
Encontrando ou sendo encontrado
O amor é o alicerce que sustenta o ser
Perfeito ou imperfeito
Inocente ou culpado
É o amor que faz a vida valer
Para amar, acima de tudo
É preciso saber
Que pior que amar, é sofrer
Um novo Amanhecer ✒📃
E mais uma primavera chega ao nascer de um novo dia
Como uma nova promessa que se renova no horizonte
Uma promessa revestida de alegria
Espalhando seus perfumes e suas flores
Que no coração de cada um também possa nascer
Um sol iluminado, quente e brilhante
Que nele o amor possa trazer
Fazendo a esperança ser constante
Renovando a semente de todo ser
Que espera um novo amanhecer
Nas manhãs frias e cortantes
É chegada á hora de renascer
E assim como as flores, florir
E assim como a vida, viver
Soneto do Tempo ✒📃
Penso no tempo que não volta mais
O tempo que voa com a eletricidade
Que castiga com seus temporais
Destruindo templos e cidades
O tempo que passa sem ser percebido
Pelos meros e pobres mortais
Que jaziam no limbo esquecido
E se vão como folhas nos vendavais
Ah! Tempo! Inimigo perpétuo
O que fazes tu no meu caminho?
Se pudesse andava sozinho
Sem pisar nas tuas armadilhas
Sem prender-me em tua prisão
Tempo, o que fazes tu na exatidão?
Nostrum Putas ✒📃
Oh! Imaculadas senhoras desvirginadas
Rogai por mim, pecador insano
Vós que foram pela vida estupradas
Vagando pelas ruas do abandono
Vendendo o corpo em troca de moedas
Saciando a sede dos impuros
Alimentando a mente dos poetas
Que consomem vossas carnes no absurdo
Aprisionadas entre paredes e cubÃculos
Rechaçadas, esmigalhadas, humilhadas
Envenenadas pela ilusão do vÃcio
Santas putas, prostitutas milagrosas
Que fazem os hereges rezar em vossas coxas gostosas
Abençoai com vossas bucetas a minha tristeza
Palavras Dissolvidas ✒📃
O poeta sangra quando escreve
Uma vertente de verdade
Mesmo quando escurece
Ofuscando a claridade
Palavras de amor
De dor e de saudade
São apenas palavras
Sobrepostas uma á outra
Que sangram sozinhas
No silêncio de suas sÃlabas
Palavras dissolvidas
No fervor da lÃngua
Que afiada, fere e xinga
E eloquentemente grita
Sonetos Expurgos - Alexsandro Ribeiro 🔮
Villa-Lobos Channel 🎶🇧🇷
Por um Brasil melhor e mais justo! 🇧🇷
Blue Fantasma 💙🔮
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