sábado, 29 de fevereiro de 2020

Black Horse 💙✒📃




Crônicas pesadas para o mundo moderno ⚫




As doenças do mundo ( Síndrome de Kafka )


Uma contagem regressiva começou.

  Os números estão correndo de uma maneira alucinante.

  Uma bomba está prestes a explodir na cabeça do mundo.

  Talvez fosse a intolerância, talvez a falta de humanismo, talvez a falta de respeito.

  Não se explica o descaso coletivo que contamina cada vez mais os humanos.

  As desgraças hoje estão estampadas nas vitrines mais vistosas, propagando o lado ímpio do homem:

  Assassinatos, tragédias, escândalos, crimes de diversos tipos.

  Lideram as capas das manchetes.

  Vemos, ouvimos e lemos todos os dias as mesmas noticias, e o pior, é que nos acostumamos com elas.

  Como seria a sensação de presenciar uma notícia boa?

  Um avanço na medicina, trazendo a cura para uma doença maligna.

  Um acordo de paz, acabando definitivamente com as guerras.

  O resultado positivo de uma campanha, livrando os países pobres da fome, do descaso, e da miséria.

  A descoberta de um manuscrito antigo trazendo uma mensagem de luz.

  Quem dera uma boa notícia pudesse surgir agora.

  Quanto dinheiro é jogado fora!

  Os gananciosos não se contentam com pouco, querem sempre mais.

  Eles não se preocupam com os outros, não estão nem aí para as doenças do mundo

  O mais importante é sustentar uma vida de luxos e aparências.

  Criar um pequeno mundo coberto por uma cúpula de cristal e ser indiferente às doenças do mundo lá fora.

  Os miseráveis, ou os famintos do mundo.

  E famintos não só por falta de comida, mas por falta de ensino, de remédios, de escolha, de oportunidade, de liberdade, de justiça, e de atenção.

  De que adianta encher a barriga num dia, e no outro morrer de febre, ou simplesmente explodir junto com uma bomba?

  Não!!

  São apenas noticias corriqueiras.

  Porque se importar com isso?

  É a volta do pão e circo.

  As arenas estão espalhadas por todo o globo, propagando um vasto indiscernimento .


  Os famintos do mundo são como Gregório, personagem principal da obra prima de Franz Kafka, a Metamorfose.

  Que conta a estória de um humano que acorda de um pesadelo horrível, e se encontra transformado em uma barata.

  No principio, os pais e a irmã de Gregório, tentam de uma maneira desesperadora, ajudá-lo.

  O pai o tranca em um quarto, a irmã leva comida para ele, a mãe, por não suportar a aparência repugnante do filho, tenta evitá-lo.

  Gregório mesmo estando em forma de uma barata, continua tendo os mesmos sentimentos de um humano, e sofri com o tamanho descaso de sua família.

  Mesmo vivendo trancafiado em um quarto, Gregório tem esperança de um dia voltar a ser humano, e nessa ilusão, ele encontra pequenos prazeres, onde o maior deles é ouvir a conversa de seus familiares, quando reunidos no jantar.

  O tempo passa e Gregório não se torna humano, e aos poucos sua família vai se esquecendo dele.

  Ele continua a comer restos, e o quarto que vive, não é mais limpo.

  Aos poucos o gigantesco inseto vai desaparecendo na escuridão.

  Certo dia, a porta do quarto, por um descuido da empregada, se abri, e Gregório, entediado daquele pequeno mundo, resolve sair.

  Quando ele botou a cabeça para fora, foi surpreendido pelo pavor da mãe, ao vê-lo naquela forma horrenda, e pela ira do pai, que em sua fúria, começou a jogar maças no filho.

  Gregório foi atingido, ferindo-se brutalmente.

  Frágil e indefeso, voltou para sua prisão.

  Passaram-se mais algumas semanas, e na casa ninguém falara do acontecido.

  Até que um dia, estranharam o silêncio que havia se sucedido.

  Não ouviam mais o ruído que Gregório fazia quando comia as hortaliças, nem o barulho que ele fazia quando ficava pendurado no teto.

  Depois do suspense, a empregada tomou a iniciativa de abrir a porta do quarto.

  Quando a porta abriu-se, um odor fétido de comida podre exalou no ar.

  E ao entrarem os primeiros raios de sol, rompeu-se o silêncio com um estrondoso grito de alegria.

  Gregório estava morto, com seu corpo ressequido, estendido no chão.

  Os pais e a irmã de Gregório sentiram-se aliviados por terem se livrado daquele fardo, e sem perder tempo, a empregada foi logo tratando de limpar a sujeira, como se nada tivesse acontecido.


  Aqui na realidade, isto é pior, simplesmente porque aqui, os famintos do mundo não precisam se transformar em baratas para serem esquecidos ou desprezados.

  Basta serem humanos.

  Essa epidemia, essa cólera que se impregna cada vez mais em nosso mundo, só terá cura, quando as vacinas de amor e de compaixão forem aplicadas com doses mútuas de boa vontade, mas acredito que isto vai demorar muito para acontecer, talvez nunca aconteça.

  Talvez fosse melhor sofrer uma metamorfose.


 Crónicas pesadas para o mundo moderno.

 Alexsandro Ribeiro.
 








Veins of chaos



Estou na sela furiosa de um black horse
Correndo contra o vento
Fugindo da tempestade
As cinzas que saem das bocas das fábricas
Cegam meus olhos
E os sinos das falsas igrejas
Ensurdecem meus ouvidos
Corre black horse
Pelas ruas de uma cidade turbulenta
Em meio ao caos e o desespero
Onde meninos leprosos tocam banjo
Em troca de pequenas migalhas
A poeira se espalha por todos os cantos
Impregnando o ar de veneno
Enquanto os medrosos ficam trancados
Em suas casas
Propagando sementes do medo
Ontem um deles abriu a porta
E detonou a cabeça de um indigente
Com uma pistola calibre 38
Só porque ele pisou em cima do seu gramado
Os miolos ficaram espalhados junto com
As bostas dos cães, que lamberam todo o sangue
Corre black horse
Antes que a tempestade me intimida
Não quero olhar para traz
Onde os gritos ecoam nos canos enferrujados
Desta cidade egoísta
Quero seguir em frente
Mesmo doente
Até chegar no olho do furacão






Statues don't cry



Você não pode ir contra tudo aquilo que aprendeu
Não pode usar essas grades para separar nossos mundos
As linhas de  Churchill não poderiam sair dos trilhos do trem
As estátuas de bronze não mentem quando nada mais resta
O sistema coloca suas rédias curtas nas mulas
E cada pirâmide que cai, uma outra sobe
Um grito só é um grito quando ensurdece
Talvez por isso os charutos cubanos só fizessem fumaça
É como ler um livro vermelho sem ter mãos para folhar as paginas
E sem linguá para debater as palavras
Isso parece meio confúcio, mas incrivelmente, as vezes funciona
Talvez seja por isso que Atlas esteja ficando com os olhos ensanguentados
A supremacia
O prêmio mais desejado pelos jogadores do poder
O poder absoluto
Já queimaram livros, bandeiras, até gente, em nome do poder
Mesmo sem ter liberdade é bom se sentir poderoso.
Mentes vazias não podem pensar
Talvez por isso a maldade se fortaleça cada vez mais neste mundo 
Os covardes estão escondidos, os heróis viraram apenas um rótulo
É impossível fazer alguma coisa de braços cruzados
Viva os entusiastas!!!!
É preciso corta-lhes a linguá para que não falem
É preciso corta-lhes as mãos
Para que não escrevam
É preciso cegarem-lhes os olhos para que não vejam
E nem mesmo assim, poderão calar sua voz, pois ainda terão forças para gritar
E você quer ir contra tudo isso
Tudo o que aprendeu quando seus olhos abriram pela primeira vez
Talvez seja por isso que a esperança esteja tão distante de você
Você abandonou seus ideais, e achou mais comodo ficar na frente da tv
Quando ouvíamos U2, mesmo não sendo irlandeses, você acreditava
Que poderíamos mudar as coisas
Quando expulsamos o falso rei do poder, você estava lá, com a cara pintada
Onde está você agora?
Porque não ouço mais sua voz?
Juntos poderíamos melhorar as coisas
Uma voz se torna poderosa quando ecoa
Mas você não que mais saber disso
Prefere ficar esperando o cogumelo gigante fazer a limpa
Quem sabe uma nova gripe espanhola resolveria o problema?
A nova era do gelo só acontecerá daqui á muitos milhões de anos
Então por que ficar congelado agora?
Se uníssemos nossas mãos, poderíamos abraçar o mundo
Imagine quantas armas cairiam no chão
Quantas guerras nós seríamos capazes de vencer?
Quantas correntes arrebentariam
Uma corrente indestrutível nós formaríamos
Onde todos os passos seriam iguais.







The miserables



Olhe aqueles mendigos perambulando pelas ruas
E se eu lhe dissesse que Jesus Cristo está entre eles
Você acreditaria?
Acho que não!
Dizem que o sol nasce para todos
É mentia!
O sol só nasce para os egoístas
O seu já nasceu hoje?
Deixaria alguém olhar através de sua janela?
Talvez deveríamos fazer como os gatos
Enterrar as fezes para não sentir o odor
Ou poderíamos construir muros nas calçadas
O problema é que elas ficariam ainda mais estreitas
E provavelmente encostaríamos uns nos outros
E isto não seria bom
É melhor deixarmos como está
Continuar fingindo que não existem
Aquele pequeno moribundo
Pode se tornar um marginal
E matar você amanha
Então não vamos ter pena dele
Já colocamos restos nos lixos todos os dias
O que mais eles querem?
Porque vamos nos importar com isso?
Não é o que vemos nas capas das revistas
Onde só tem glamour e gente bonita
“Assim como nós”
Pagamos nossos impostos
Seguimos quase todas as regras
Porque ajudaríamos a sustentar a miséria?
Não somos miseráveis
Basta fingirmos que eles não estão lá
Vamos continuar vendo-os como parasitas
Ou simplesmente como fantasmas
Que perambulam nas sombras
E se Jesus Cristo realmente estivesse entre eles
Como ele nos veria?
Não!
Isto é uma bobagem
Isso é só uma suposição
Apenas uma suposição idiota.








Razor waire



Você está sentada com a bunda na cadeira
Esperando seu advogado chegar
Você julga minhas atitudes
Sem olhar para os seus defeitos
Olhe e me diga
Até onde seus olhos alcançam?
O que você enxerga além do seu nariz?
Não se pode ser livre estando numa prisão
Então se liberte dessas amarguras
Cortar os pulsos agora não vai adiantar nada
Veja o que aconteceu com aquele padre ontem
Quando atravessou a rua
E foi atropelado por um caminhão
Só porque não olhou para os lados
Estamos caminhando em cima da navalha
Nossos pés sangram á cada passo
Então porque caminhar para traz?
Pegue o primeiro black horse
Que passar na sua frente
E sinta o vento batendo em seu rosto
Suas lágrimas secarão mais rápido
Se seguir em direção ao horizonte
Onde um novo sol estará esperando por você
É só seguir a canção do vento
E parar de sentir pena de si mesmo
Vamos! Levante dessa cadeira!
Seus pés estão sangrando
Sem ter dado nenhum passo
O black horse lhe espera
Segure-se em sua sela
E siga a canção do vento









Red line



Tome cuidado quando atravessar a linha vermelha
Sua cabeça pode explodir
Cuidado para não perder a venda que cobre seus olhos
E se você tiver alguma dúvida quanto a isso
Ajoelhe-se e peça perdão
Me diga pelo que você luta
Por que seus punhos estão tão fechados?
O míssil que suas mãos lançaram ontem
Matou centenas de crianças naquela escola
E você nem chorou
E porque choraria?
Para entrar no paraíso vale qualquer sacrifício
Não importa quantos inocentes morram
E as lágrimas das mães e dos pais que choram
Nos pés desta guerra
Como você os vê?
São apenas lágrimas de sangue
Que choram nos pés da intolerância
Enquanto você fica ai sentado no seu tanque
As lágrimas coagulam nas entranhas da terra
Guarde bem sua fronteira
Pois esta pode ser a última vez que
Que você fique entre as duas linhas
Afinal, você seria capaz de morrer por isto
Sua recompensa é seu maior prêmio
Não importa quantos morram
Não importa quantas lágrimas chorem
Apertar um botão é mais simples
Do que apertar a mão do inimigo
Mas qual inimigo seria mais mortal
Que a culpa?
Você não precisa se preocupar com isso
No paraíso não deve ter motivos
Para sentir remorso
É apenas mais uma guerra
E falando nisso
Pelo que mesmo você luta?
Qual o motivo de toda essa matança?
A quantos mil anos já dura esta guerra?
Penso, enquanto estiver ai, vivo
O que realmente vai ter importância pra você
Quando não estiver mais ai
Atingido por um míssil
Ou fuzilado por uma metralhadora
Ou quem sabe, torturado até a morte
Não importa o que aconteça
Não importa quantas lágrimas de sangue
Sejam derramadas
O paraíso vale qualquer sacrifício








Awakens



Mova essas pernas e corra
Antes que o avião caia na sua cabeça
Desamarre os nós de seu umbigo
E solte o grito contido em sua garganta
Uma borboleta bate as asas
Centenas de vezes antes de morrer
E olha que ela só vive 24 horas
Você quer tudo de mãos beijadas
Está na hora de andar sozinha
Antes que o médico e o monstro
Dentro de você desperte
Não seja egoísta na hora de
Distribuir seus ursos de pelúcia
Abra a janela e deixe o sol entrar
Antes que a noite chegue
E faça você emendar o sono
Abra seus olhos e sinta a eletricidade
Que envolve seu corpo
Sinta a vida pulsando
Em cada batida de seu coração
Uma nova estrela nasce no infinito
Isso é um black horse com patas de fogo
Te chamando para cavalgar
Em um lindo campo ensolarado
Onde rajadas de vento
Não podem chegar
Onde as partículas de aguá
Não podem formar tempestades
Um lugar
Onde só os livres
São capazes de andar
Um lugar para poucos
Seu black horse está passando
Correndo em direção ao campo
Agarre-se em sua crina
Enquanto há tempo
Depois não haverá mais
Levante dessa cama
Agora
E comece a lutar
Quem luta com perseverança
Conquista e vence
Sempre
Corra enquanto ainda há tempo
Antes que seu black horse
Desista de você
Quando estivar em cima dele
Não esqueça de abrir bem os braços
Para puder sentir a eletricidade que lhe falei







Next station



Por mais quanto tempo você vai ficar vagando nesta mesma estação?
O black horse de ferro está passando
Soltando fumaça pelas ventas
Espalhando carvão pelos pulmões
Galopando em um trilho interminável
Nem a velocidade do som pode alcançá-lo
E você está aí, parado, lendo seu jornal da semana passada
Esperando que um milagre aconteça
Seu suco de laranja já secou dentro do copo
E nada mais resta além das lembranças amargas que ficaram
Nem mesmo um bom-bom de licor tiraria o amargor que ficou na sua linguá
Á sua frente há um túnel, onde as luzes piscam degradadamente
Como pequenos vagalumes em uma caverna profunda
Ouça o barulho dos trilhos que ressoam na sinfonia dos ferros
Veja de longe a faisca que salta aos olhos dos curiosos
Quem vem lá?
De onde vem?
São apenas forasteiros que passam pelas nossas vistas
Enquanto você está aí parado, eles passam
Fervilham como formigas em um formigueiro
Enfrentam a guerra de todos os dias
Batalhas perdidas, vitoriosas, solitárias, até mesmo batalhas covardes
A batalha de cada um
Ter pão para não morrer de fome
Ter fome para não morre de pão
Ter, poder, ser
Então seja
Seja o que quiser
Mas não fique aí parado
Vendo o trem passar
Deixe esta estação descansar de seus passos circulares
Os passos que deu em volta de si mesmo
Não o levaram á lugar nenhum
Poderia ter dado duas voltas ao mundo
E conhecido lugares maravilhosos
Poderia ter conhecido muito mais gente interessante
Poderia ter deixado de envelhecer
Mais do que já envelheceu
Não desista, ainda dá tempo
Ouça o grunhir dos trilhos
O black horse de ferro está passando
Na sua estação
Não perca esse trem
Jogue fora esse jornal velho e esse copo vazio
É só esticar o braço
E ele parará pra você
Tire o nó de sua gravata
Ou seu salto alto 
Respire fundo
E boa viagem









The fox



A raposa está á espreita
Observando, espiando
Argilosa e sínica raposa
Observa a todos
Com seus olhos famintos
Cegamente cegos pela inveja
Até onde é capaz de ir esta raposa ?
Invejosa e maldosa criança
Que não enxerga nada além do seu umbigo
Que sustenta um ar de falsidade
Em cada sorriso
E nem mesmo assim
Sossega sua ânsia de ganância
Gananciosa raposa
Quer ver a desgraça dos outros
Até mesmo daqueles que mal conhece
Um falso poder abriga sua mente doentia
O engano que sustenta e á domina
Falsa e sínica raposa
Traiçoeira e venenosa menina
Será que veio de berço
Essa falsidade?
Ou seus pais não tem culpa
Por gerarem uma fruta estragada
Podre pela inveja e pela mentira
Jogue sua pedra! Orgulhosa raposa
Mas cuidado para não atingir
A própria cabeça
Puxou o tapete de um
Puxou o tapete de dois ou mais
Mas um dia cairá com a bunda no chão
E tomara que esteja cheio de espinhos
E quando estiver no chão
Nem um cão sarnento vai querer lamber
Suas feridas fedidas
Uma maça tão vistosa
Numa macieira recheada
Porém tão podre e ressecada
Sem sementes e sem perfume
A raposa é orgulhosa demais
Para sentir pena de si mesma
É a falsa rainha, a dama obsoleta
O escorpião com pele de moça
A raposa de dentes brilhantes
Que engana á todos com seu sorriso
Mas que um dia
Por não ter mais ninguém para maltratar
Irá chorar uma lágrima de arrependimento
Mas aí, será tarde demais para se arrepender.








Origami



Sou capaz de dobrar minhas mãos
E fazer um pássaro
Colocando-o em cima das nuvens
Para que ele possa voar
Bem alto na extensão do céu
Posso também fazer um cisne
E faze-lo deslizar em um lago brilhante
Se me dobrar inteiro
Sou capaz de fazer um coração
Vermelho e amassado
E dos meus olhos cansados
Posso dobrá-los e transformá-los
Em asas de colibri
Esticado horizontalmente
Como um papel transparente
Não sou nada
Nada além de um risco invisível
No horizonte
Dobrado ao meio
Sou como um campo de centeio
Formando um V vitorioso
Orgulhoso de si mesmo
Por alcançar os céus com as próprias mãos
Se dobrado lentamente
Em pequenas tiras
Um leque se forma
E com a ajuda do ar em movimento
Me transformo em uma pandorga
Voando livre no arco-ires
Dobrado em um papel de prata
Posso formar um pequeno foguete
E atravessar o espaço
E tocar livremente as estrelas
Com meus braços prateados
Mas se dobrado em um papel dourado
Se forma um lindo sol iluminado
Que sorri quando olha pra você
Agora mesmo estou todo dobrado
Tentando encontrar uma forma
De chamar sua atenção
Quem sabe suas mãos me dobrem
Formando uma pequena caixinha
Para guardar suas canetas
Ou talvez em um pequeno barco
Para fazer você deslizar
Em infinitas ondas de amor












💙








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